Tribuna Ribeirão
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Larga Brasa

Política e políticos de outrora
Na primeira gestão de Gasparini como prefeito ele foi chama­do a fazer um curso na Alemanha. Os vereadores ficaram sem o atendimento especial que ele dedicava aos parlamentares por um mês e meio. As ações dos órgãos mais diversos fica­vam no “automático” comandadas pelo pessoal do Gabinete. Reclamações chegavam eram repassadas para Daerp e outros órgãos ligados às necessidades da população. Um represen­tante do povo foi questionado na Câmara sobre um pedido fei­to que não havia sido atendido. O edil fazendo cara de espanto disse: -“Como. O Gasparini não o atendeu?… Vou romper com ele, imediatamente”. De imediato pegou o telefone e discou um número qualquer. Sem dar tempo para o munícipe se re­fazer do susto, começou a falar: -“Prefeito. O senhor não me considerou no caso da senhora Maria. É uma eleitora muito considerada e por isso, a partir de hoje não conte mais co­migo nas votações que você precisar”. Bateu o telefone com toda a força e olhou para a sua eleitora do Ipiranga. Ela com toda a sua simplicidade disse para o vereador: -“Mas, senhor vereador, eu ouvi na rádio que o Gasparini estava na Alema­nha”. O enganador pigarreou e olhando nos olhos das Maria respondeu: -“E a senhora acha que estava falando com ele em que lugar. Na Alemanha, minha senhora”. Ela não ficou muito satisfeita, mas saiu agradecida.

Informação privilegida
Época de eleição os pré-candidatos funcionários da Prefeitura se aproveitavam das suas condições para atender ao eleito­rado que sempre pedia benefícios particulares. Um deles to­mava conta da pedreira da Santa Luzia, proximidades da USP e mandava uns caminhõezinhos com todo o tipo de pedra e pedriscos para os seus amigos. Um velho e sabido vereador se aproximou do funcionário chefe que ficava logo abaixo do candidato da pedreira e fez amizade. Levou uma pinguinha e tal e perguntou sobre a relação dos munícipes que seriam atendidos com os caminhões das pedras britadas. O cidadão, encantando com a cachaça, entregou a lista inteira das próxi­mas visitas. O vereador foi à frente e visitou um a um dos que seriam atendidos. Chegava como quem não pretendia nada e perguntava: – “Está tudo bem por aqui…” A resposta era que sim, mas que um determinado candidato da Prefeitura havia prometido uma pedra para sua casa própria, mas não havia atendido. Ele prontamente dizia: -“Como, não o atendeu. Vou lá à pedreira e amanhã o caminhão estará na sua porta”. Como ele tinha a programação, o eleitor era atendido e ficava sa­tisfeito com o vereador e não com aquele que havia feito o atendimento e só não havia chegado à encomenda diante de tantos a serem atendidos. Quem ganhou os votos?…

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