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O conceito internacional do trânsito de RP
Ribeirão Preto, por meio da Associação Brasileira de Municípios (ABM), possuía um convênio com a Fundação Germânica para os Países em Desenvolvimento, com sede em Berlim, Alema­nha. Os cursos eram muito sérios, participavam os mais impor­tantes professores das diversas áreas do direito administrativo do país. Os membros da fundação sempre tiveram interesse em aprimorar os conhecimentos dos participantes das várias eta­pas de influências nas administrações municipais, estaduais e federal. Colocavam como parâmetros as legislações que pos­suíam e confrontavam com aquelas que no mundo todo eram consideradas as ideais para o desenvolvimento harmônico a partir do município, a célula básica de um país.

Polícia de Berlim
Dentre os aspectos enfocados estava o poder de polícia das comunidades para que as leis fossem obedecidas e para re­forço da estrutura democrática. O setor de trânsito tinha im­portância vital a partir das escolas, onde os alunos aprendiam a respeitar e a ser respeitados. Em uma aula estava presente o maior entendido da Europa, que mostrava os tipos de estru­turas vigentes e até a multa que era aplicada ao pedestre que não obedecesse ao semáforo e transgredia a lei.

Colcha de retalhos
O agente de trânsito apanhava a identidade do não obedien­te e lançava a multa etc. Depois de uma dissertação sobre o que havia de melhor para amparo das leis a serem obedeci­das, sempre falando alemão com tradução simultânea, eis que o referido oficial pergunta em um português claro e até com gíria: “Quem é de Ribeirão Preto?.” Como representante da cidade nos apressamos em nos indentificar. Ele prontamente classificou o trânsito da cidade com uma colcha de retalhos, sem estrutura para garantir a vida dos motoristas e pedestres. Todos se assustaram com o conhecimento que ele possuía de cada esquina da comuna e de seus entroncamentos no siste­ma viário. Ficamos estupefatos.

Como ele sabia?
Esperamos o término das explicações que continuaram a ser dadas em alemão e perguntamos ao especialista como havia conseguido pormenores de nossos problemas. Simplesmente respondeu que ele era casado com uma senhora de Ribeirão Preto que residia próximo ao Bosque Municipal e ele vinha para o Brasil. Ali se hospedavam quatro meses por ano, no inverno da Europa. Depois retornou à cidade e mostrou-nos cada ponto chamado “negro” por ele em que os sinistros ocor­riam por falha da estrutura ds vias. Se vergonha matasse não estaríamos escrevendo esta coluna hoje. Mas continua tudo como antes no quartel de Abrantes.

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