Desde o dia 1º de janeiro e até 31 de agosto, Ribeirão Preto somava 17.495 casos confirmados de dengue e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 26.074 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde nesta quarta-feira, 1º de setembro.
A média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti – transmissor da doença, do zika vírus e da febres chikungunya e amarela – em 243 dias é de 79, cerca de três por hora. Até o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) já foi vítima do mosquito. Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue, a sexta em onze anos.
Dos 17.495 casos confirmados até agora, 2.934 são de janeiro, 6.661 de fevereiro, 5.029 de março, 1.862 de abril, 798 de maio, 156 de junho, 50 de julho e apenas cinco de agosto. No mesmo mês de 2019 foram 80, e a queda neste ano chega a 93,7%, ou 75 a menos. Porém, o número de vítimas do Aedes aegypti em oito meses de 2020 já está 21,3% acima das 14.421 pessoas infectadas em 2019 inteiro, 3.074 ocorrências a mais.
Em 2019, três pessoas morreram em Ribeirão Preto vítimas de dengue hemorrágica – não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Em 2020, já ocorreram seis mortes na cidade, mas um caso é importado de São Simão e a Secretaria da Saúde contabiliza cinco, oficialmente – sete exames aguardam resultado e estão à espera de confirmação.
Neste ano, a maioria das vítimas do mosquito tem entre 20 e 39 anos (6.517). Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (4.389), jovens de dez a 19 anos (2.770), idosos com mais de 60 anos (1.904), crianças de 5 a 9 anos (1.157), de um a quatro anos (649) e menores de um ano (109). Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Oeste (5.067), Leste (3.622), Norte (3.552), Sul (3.299), Central (1.955) e dois sem identificação de distrito.
Quatro vezes mais casos
Ribeirão Preto acumula 140.780 casos de dengue e pelo menos cinco grandes epidemias em pouco mais de onze anos, desde 2009. Pior: o número de vítimas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, pode ser quatro vezes superior e passar de 563 mil, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde.
Um estudo divulgado durante as últimas epidemias indica que, para cada caso confirmado da doença, outros três não são notificados. Neste caso, o número de infectados pode chegar a 563.120 pessoas em onze anos e oito meses. Ribeirão Preto não tem casos de chikungunya, zika vírus e febre amarela neste ano, mas tem cinco de sarampo confirmados – 14 já foram descartados –, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde.
Em 2018, Ribeirão Preto registrou 271 casos de dengue. Em 2017, foram 246, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos, maior surto da história da cidade), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocorreu em 2012, com 317. Ribeirão Preto também constatou 1.700 casos em 2009 e 4.689 em 2015.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009……………………1.700 casos
2010………………….29.637 casos
2011………………….23.384 casos
2012………………………317 casos
2013………………….13.179 casos
2014………………………398 casos
2015……………………4.689 casos
2016………………….35.043 casos
2017………………………246 casos
2018………………………271 casos
2019………………….14.421 casos
2020……………….. 17.495 casos*
* São 2.934 de janeiro, 6.661 de fevereiro, 5.029 de março, 1.862 de abril, 798 de maio, 156 de junho, 50 de julho e cinco de agosto
Total desde 2009: 140.780, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 563.120