Tribuna Ribeirão
Política

Palocci – Mendes anula buscas baseadas em delação

O ministro Gilmar Men­des, do Supremo Tribunal Fe­deral (STF), determinou na quinta-feira, 20 de agosto, a suspensão dos efeitos das bus­cas realizadas contra o execu­tivo do BTG Pactual André Esteves na 64ª etapa Lava Jato, a Operação Pentini, aberta em agosto de 2019, com base em delações do ex-ministro An­tonio Palocci Filho – governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva (Fazenda) e Dilma Rous­seff (Casa Civil).

A ordem também atinge “decorrentes aprofundamen­tos das investigações” de dois inquéritos que apuram se hou­ve prática de crimes por parte do banqueiro envolvendo pro­jeto de exploração de pré-sal (que envolvia a Sete Brasil) e a venda de ativos da Petrobras na África.

Gilmar Mendes entende que Esteves se encontra “em situação de constrangimen­to ilegal, tendo sido objeto de investigação e de medidas constritivas com base em fun­damentos genéricos e inade­quados”. Segundo o ministro, os inquéritos e as buscas con­tra o banqueiro foram basea­dos “nas simples declarações do colaborador premiado An­tonio Palocci”.

Lembra que as “afirmações foram consideradas pela pró­pria Polícia Federal como des­tituídas de qualquer elemen­to de corroboração; em fatos relativos a outros inquéritos que se encontram tramitando perante juízos distintos; em fatos de ‘ouvir dizer’, narrados por outros colaboradores e em elementos genéricos que não constituem indícios mínimos da prática de crimes”.

A decisão de Gilmar Men­des foi emitida a pedido da defesa de Esteves no âmbito de uma reclamação em que o mi­nistro já havia anulado parcial­mente os efeitos de decisões do Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) na Pentiti que ti­nham relação com o ex-minis­tro Guido Mantega (Fazenda/ Governos Lula e Dilma).

Quando a operação foi aberta, em 23 de agosto de 2019, para apurar supostos crimes de corrupção envol­vendo o Banco BTG Pactual e a Petrobras na exploração do pré-sal e “em projeto de desinvestimento de ativos” na África, Esteves foi alvo de buscas, assim como a ex-pre­sidente da Petrobras.

Ao Supremo, os advogados do banqueiro pediam a exten­são da decisão, alegando que a ofensiva foi aberta com base “exclusivamente em relatos de Antonio Palocci” e que seus resultados iriam instruir pro­cedimentos investigativos que correm há anos.

A extensão foi negada por Gilmar Mendes, mas, por vis­lumbrar “possível constrangi­mento ilegal”, o ministro con­cedeu habeas corpus de ofício a Esteves. Ao analisar o caso, ele entendeu que a decisão do Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba passou a retomar diversas outras investigações instauradas contra Esteves que já foram declaradas pelo Supremo como não sendo de competência da Justiça Fede­ral do Paraná.

Segundo o ministro, a “au­toridade policial confirmou a intenção de colher provas es­tranhas aos autos para a cor­roboração das declarações do delator, embora reitere sempre que tais provas são estranhas ao objeto do inquérito, o que caracteriza uma espécie de lo­oping entre o encontro fortuito e forçado de provas”.

Com relação ao inquéri­to relacionado ao projeto de exploração de pré-sal, o mi­nistro lembra que o mesmo foi iniciado em 2015 e pror­rogado sucessivas vezes des­de 2016, já tendo inclusive aguardado manifestação da autoridade judicial acerca de eventual arquivamento.

‘Declarações desmentidas’
No último dia 11, o dele­gado de Polícia Federal Mar­celo Feres Daher concluiu re­latório de um dos inquéritos abertos a partir da delação de Palocci envolvendo suposta ocultação de valores atribuí­dos ao ex-presidente Luiz Iná­cio Lula da Silva em contas no Banco BTG Pactual.

No documento enviado ao Ministério Público Federal, Daher apontou que as afirma­ções feitas pelo delator “foram desmentidas por todas teste­munhas, declarantes e por ou­tros colaboradores da Justiça” e “parecem todas terem sido en­contradas em pesquisas na in­ternet, porquanto baseadas em dados públicos, sem acréscimo de elementos de corroboração, a não ser notícias de jornais”.

Postagens relacionadas

Bolsonaro lidera com 28,2%; Haddad já é o segundo

Redação 1

PSB de RP oficializa apoio à Ricardo Silva

Redação 2

Prefeitura parcela débito de R$ 4,4 mi com o IPM

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com