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Análise: Botafogo tem estreia digna na Série B, mas falta de alternativas ofensivas preocupa

A derrota do Botafogo para o Cruzeiro na estreia do Campeonato Brasileiro precisa receber alguns apontamentos negativos, mas também tem pontos positivos para serem elencados.

No campo dos elogios, a firmeza da defesa, o time bem postado e a velocidade para encaixar contra-ataques são méritos do trabalho de Claudinei Oliveira no comando do Pantera.

É inegável a evolução da equipe. Hoje é nítido que o time possui um padrão tático bem definido e que os jogadores conseguem reproduzir no campo o que é pedido pelo treinador. O encaixe do time fez alguns jogadores crescerem de produção, principalmente, os do sistema defensivo.

Robson e Jordan vêm mostrando excelente entrosamento dentro de campo. A solidez do sistema defensivo é fruto da sequência que os dois receberam de Claudinei. Jordan é ágil e veloz. Consegue boas antecipações e tem botes precisos. Robson tem espírito de liderança, não atoa está sendo escalado como capitão, e sempre vai bem nas jogadas aéreas. Tudo isso pôde ser visto diante do Cruzeiro.

Outro que merece ser elogiado é o volante Victor Bolt. Peça fundamental, o jogador participa de praticamente todas as jogadas ofensivas do Pantera. Responsável pela transição, o jogador tem tido efetividade dentro das partidas.

Contra a Raposa, acertou 83% dos passes que tentou. Número importante, já que Bolt é quase sempre o homem a tentar o passe “forçado”, aquele que busca quebrar as linhas adversárias e deixar os companheiros do setor ofensivo mais perto do gol. Exemplo disso, foi a participação de Bolt no gol do Pantera na partida. Foi dele o cruzamento que resultou na bola da rede de Wellington Tanque.

Não dá para negar que as transições ofensivas feitas pelo Botafogo foram bem executadas. O problema foram as decisões tomadas pelos jogadores na sequência das jogadas. Ronald e Rafinha não foram bem e erraram quase todos os lances que tentaram.

Ronald até causou desconforto ao sistema defensivo do Cruzeiro por conta de sua velocidade. Mas, os excessos de decisões equivocadas atrapalham a sequência do jogador no time de Claudinei.

Rafinha não tem nem a velocidade para salvar a partida ruim que fez. Apático, não conseguiu vencer os duelos com Cáceres e sua principal característica, o chute de média e longa distância, não foi vista em nenhuma oportunidade.

Está claro que o setor que precisa ser reforçado com mais urgência são os lados do campo. O Botafogo não tem boas alternativas pelas pontas. Com Ronald e Rafinha apagados, Claudinei não tinha grandes opções para utilizar no banco de reservas. Luketa, jovem formado na base do Pantera, ainda precisa de mais rodagem para ser, de fato, uma opção efetiva. Francis, que se recupera de lesão, também pode ajudar.

Em linhas gerais, o Botafogo fez uma estreia digna diante do principal candidato ao acesso. Os pontos positivos pontuados na análise tem tudo para melhorarem ainda mais com a chegada de reforços. Os negativos precisam ser corrigidos o mais rápido possível. Alguns, só poderão ser sanados com a chegada de mais opções para o treinador, que faz bom trabalho à frente do Tricolor.

Notas:

Darley: Não teve culpa em nenhum dos gols sofridos. Fez ótima defesa em chute de Marcelo Moreno e mostrou segurança nas bolas aéreas. É o titular indiscutível do gol Tricolor. Nota: 6,0

Val: Tem boa vontade e vai bem ao ataque, mas toma muitas decisões equivocadas. Defensivamente deixou a desejar e, mais uma vez, não conseguiu completar 90 minutos em campo. Deve perder a vaga para Jeferson, recém-contratado. Pode ser um reserva útil. Nota: 5

Robson: Foi bem nos duelos com os atacantes do Cruzeiro. Só olhou a bola no primeiro gol do Cruzeiro. Não falhou de forma grosseira, mas marcou bobeira na jogada. Nota: 6

Jordan: Foi um dos melhores do Botafogo na partida. Fez bons desarmes. É veloz, conseguiu marcar bem os jovens pontas da Raposa. Também marcou bobeira no gol marcado por Cacá. Nota: 6

Gilson: Vinha fazendo boa partida. É seguro na fase defensiva e tem boa qualidade na saída de bola. Saiu sentindo uma lesão muscular ainda no primeiro tempo: Nota: 5

Naldo: Conforme melhora sua forma física, seu desempenho em campo evolui. Esteve bem na partida enquanto aguentou o ritmo. Quase fez um golaço em chute de fora da área. Nota: 6,5

Victor Bolt: Melhor jogador do Botafogo na partida. Bem defensivamente e importante na fase ofensiva, o jogador tomou conta do meio-campo. Participou da jogada do gol botafoguense. Pode crescer ainda mais com o encaixe das novas peças. Nota: 7,5

Matheus Anjos: É o respiro criativo do meio-campo. Não fez partida ruim, mas faltaram participações importantes no ataque. Tocou muito de lado e teve pouca efetividade nas jogadas. Outra vez não conseguiu completar o jogo em campo. Nota: 5,5

Rafinha: Foi o jogador menos efetivo do Botafogo na partida. Errou praticamente tudo o que tentou e não incomodou o sistema defensivo do Cruzeiro. Tem qualidade, mas, às vezes, não entra no jogo. Nota: 3

Ronald: É voluntarioso, correu muito na partida e foi uma das principais válvulas de escape do Botafogo. Atrapalhou a defesa cruzeirense, mas erra em excesso nas tomadas de decisão. Perdeu boas oportunidades por conta disso. Nota: 4

Wellington Tanque: Não participa muito do jogo, mas é letal dentro da área. Marcou seu quarto gol com a camisa do Pantera, o primeiro com o pé. Se bem abastecido, tem tudo para ser o artilheiro do Botafogo na competição. Nota: 7

Guilherme Romão: Entrou na vaga do lesionado Gilson e não decepcionou. Tem características mais ofensivas e supriu bem a falta de efetividade de Rafinha pelo lado esquerdo. Deixou alguns espaços atrás. Nota: 6

Ferreira: Não teve participações efetivas no jogo, mas deu mais vida ao meio-campo depois que Naldo cansou. É um bom reserva. Nota: 5

Luketa: Entrou no lugar de Rafinha com a missão de dar mais poder ao setor ofensivo. Não conseguiu. Pouco confiante, não conseguiu impor dificuldades a defesa da Raposa. É jovem, ainda precisa de mais rodagem e oportunidades. Nota 5

Jonata Machado: Improvisado na lateral-direita, foi facilmente driblado no lance do segundo gol do Cruzeiro. Não pode ser crucificado, pois estava fora de sua posição. Ainda falta maturidade ao jovem formado na base do Pantera. Nota: 5

Gustavo Henrique: Mostrou disposição nos poucos minutos em que esteve em campo. Participou efetivamente da jogada do gol botafoguense. Pode ser importante entrando no decorrer das partidas ao longo do campeonato. Nota: 6,5

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