Levantamento realizado pela Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP), vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mostra que 436 padres diocesanos foram infectados pelo novo coronavírus, sendo que, deste total, 21 morreram por causa da doença.
A maioria já se recuperou e alguns ainda estão internados em estado grave. Os dados contabilizados até 31 de julho apontam um aumento de 11% em relação ao último balanço divulgado dois dias antes, quando o registro era de 368 padres testados positivos para a covid-19. Os números podem ainda ser maiores, já que algumas dioceses ainda estão atualizando seus registros.
“No último balanço foram incluídos dados de três dioceses que estavam faltando. Outras ainda estão levantando informações”, afirma o padre José Adelson da Silva Rodrigues, presidente da CNP. Além disso, os dados levaram em consideração apenas os padres diocesanos, não constando o número de sacerdotes religiosos, que fará parte de outro balanço.
“Até o dia 15 de agosto, queremos apresentar outro levantamento para ter um realidade mais visível, inclusive com dados dos religiosos (fiéis), além dos diocesanos”. O pároco descarta possível relação da reabertura de Igrejas Católicas com o aumento de casos entre padres. “Seguindo as recomendações para fechamento, não estávamos fazendo missas para o público em geral, mas as atividades administrativas não pararam”, diz.
Os dados mais recentes foram consolidados com base em consulta aos 18 regionais da CNBB, que reúnem 278 dioceses e arquidioceses do país. O regional Sul 1 da entidade, que engloba o Estado de São Paulo, com 45 circunscrições religiosas, registrou o maior número com 72 infectados e um óbito pela covid-19. A entidade não tem o número exato de quantos padres estão internados em estado grave, mas a maioria já se recuperou.
Ainda de acordo com o levantamento, doze bispos foram testados positivos e dois morreram. Apesar das medidas de precaução adotadas, muitos padres estão com receio de retomar as cerimônias religiosas. Embora não haja uma contagem exata, estima-se que haja mais de 26 mil padres no Brasil, segundo última pesquisa realizada há dois anos.
Na comunidade muçulmana, há registro de dois casos da doença. De acordo com a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, há 60 sheiks, 90 mesquitas e mussalas (salas de oração) e 80 centros islâmicos no Brasil. Atualmente, existem entre um milhão e 1,5 milhão de muçulmanos no país. Durante os meses em que as mesquitas ficaram fechadas, orações e reuniões internas eram feitas de forma online.
Com a permissão de reabertura no último mês, as mesquitas voltaram a receber fiéis, no entanto, restrições foram adotadas. Com 120 mil judeus, o Brasil abriga a segunda maior população judaica da América Latina e a décima maior do mundo. Diante da pandemia do coronavírus, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e suas federadas tomaram todas as medidas para conter a disseminação do vírus.
Em março, sinagogas, escolas, entidades judaicas e clubes foram fechados e os serviços religiosos em diversas sinagogas passaram a ser transmitidos de forma online. Segundo a Conib, 115 pessoas da comunidade judaica morreram de covid-19. Não há detalhamento apenas de religiosos.