Desde o dia 1º de janeiro e até 31 de julho, Ribeirão Preto somava 17.361 casos confirmados de dengue e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 25.562 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde.
A média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti – transmissor da doença, do zika vírus e da febres chikungunya e amarela – em 212 dias é de 82, cerca de três por hora. Até o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) já foi vítima do mosquito. Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue, a sexta em onze anos.
Dos 17.361 casos confirmados até agora, 2.935 são de janeiro, 6.662 de fevereiro, 5.022 de março, 1.853 de abril, 740 de maio, 128 de junho e apenas 21 de julho. No mesmo mês de 2019 foram 319, queda de 93,4%, ou 298 a menos. O número de vítimas do Aedes aegypti em sete meses deste ano já está 20,4% acima das 14.421 pessoas infectadas em 2019 inteiro, 2.940 ocorrências a mais.
Em 2019, três pessoas morreram em Ribeirão Preto vítimas de dengue hemorrágica – não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Em 2020, já ocorreram seis mortes na cidade, mas um caso é importado e a Secretaria da Saúde contabiliza cinco, oficialmente – sete exames aguardam resultado e estão à espera de confirmação.
Neste ano, a maioria das vítimas do mosquito tem entre 20 e 39 anos (6.455). Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (4.352), jovens de dez a 19 anos (2.755), idosos com mais de 60 anos (1.893), crianças de 5 a 9 anos (1.143), de um a quatro anos (645) e menores de um ano (118). Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Oeste (5.048), Leste (3.603), Norte (3.481), Sul (3.285), Central (1.942) e dois sem identificação de distrito.
Quatro vezes mais casos
Ribeirão Preto acumula 140.646 casos de dengue e pelo menos cinco grandes epidemias em pouco mais de onze anos, desde 2009. Pior: o número de vítimas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, pode ser quatro vezes superior e passar de 560 mil, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde.
Um estudo divulgado durante as últimas epidemias indica que, para cada caso confirmado da doença, outros três não são notificados. Neste caso, o número de infectados pode chegar a 562.584 pessoas em onze anos. Ribeirão Preto não tem casos de chikungunya, zika vírus e febre amarela neste ano, mas tem cinco de sarampo confirmados – 14 já foram descartados –, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde.
Em 2018, Ribeirão Preto registrou 271 casos de dengue. Em 2017, foram 246, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos, maior surto da história da cidade), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocorreu em 2012, com 317. Ribeirão Preto também constatou 1.700 casos em 2009 e 4.689 em 2015.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009……………………………………………………………………………………………… 1.700 casos
2010……………………………………………………………………………………………. 29.637 casos
2011……………………………………………………………………………………………. 23.384 casos
2012………………………………………………………………………………………………….317 casos
2013…………………………………………………………………………………………… ‘13.179 casos
2014………………………………………………………………………………………………….398 casos
2015……………………………………………………………………………………………… 4.689 casos
2016……………………………………………………………………………………………. 35.043 casos
2017………………………………………………………………………………………………….246 casos
2018………………………………………………………………………………………………….271 casos
2019……………………………………………………………………………………………. 14.421 casos
2020……………………………………………………………………………………………17.361 casos*
* São 2.935 de janeiro, 6.662 de fevereiro, 5.022 de março, 1.853 de abril, 740 de maio, 128 de junho e 21 de julho
Total desde 2009: 140.646, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 562.584