O secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Marco Vinholi, esteve em Ribeirão Preto nesta terça-feira, 4 de agosto, na companhia do titular da Saúde estadual, Jean Carlo Gorinchteyn, para inaugurar mais 13 leitos de terapia intensiva no Hospital das Clínicas. Ele disse que as 26 cidades da região do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS XIII) podem avançar de fase no Plano São Paulo.
Nesta sexta-feira, 7 de agosto, o governo de São Paulo vai anunciar se Ribeirão Preto e mais 25 municípios da área do DRS XIII região vão continuar na zona vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva, ou se vai avançar para etapas em que a quarentena é mais flexível. Existe a possibilidade de a região saltar direto para a faixa amarela, sem passar pela laranja.
Os dois secretários visitaram o HC na manhã de ontem, acompanhados do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB), do secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, e de o diretor do DRS XIII, Fabrício de Freitas Fonseca, e foram recepcionados pelo superintendente do Hospital das Clínicas, Benedito Maciel.
“A região de Ribeirão Preto, como um todo, melhorou muito ao longo desse período, seja com a implementação de novos leitos, seja com a redução de internações. Neste momento, são bons índices de evolução da pandemia, tanto para a redução de casos, redução de internações e redução de óbitos – foram 5% de redução de casos, 12% de redução de internações e 27% de redução de óbitos”, destacou Vinholi.
Porém, ele e Gorinchteyn dizem que é preciso esperar pelos números dos próximos dias para saber se a região vai mesmo passar de fase e para qual faixa irá, se laranja ou amarela. De acordo com o estado, no início da pandemia, a região de Ribeirão Preto contava com 6,8 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para cada 100 mil habitantes. Agora, este número mais do que triplicou e foi para 21,5. O número de UTIs para tratamento exclusivo de pacientes com o novo coronavírus triplicou na cidade desde o início da pandemia, no último mês de março.
Com os novos 13 leitos de UTI do Hospital das Clínicas, Ribeirão Preto passa de 237 para 250 leitos de terapia intensiva, segundo a prefeitura, dez a mais do que os 240 indicados pela plataforma, incluindo redes pública e privada – capacidade de atendimento três vezes maior do que no início da pandemia. Além disso, existem 271 leitos de enfermaria para o tratamento da doença na cidade. “Ribeirão Preto saiu de 6,83 leitos para cada cem mil habitantes, conforme registrado no início da pandemia, e atingiu a capacidade de oferecer 21,5 leitos para cada cem mil habitantes”, diz o prefeito.
“A nossa letalidade de junho foi 3% – a cada cem pessoas que pegavam covid-19, três morriam. Em julho, já foi 1,8%, menos vidas foram perdidas e isso se deve a um conjunto de fatores, não só na oferta dos leitos, mas na dedicação das equipes de saúde, do nosso setor público e do nosso setor privado”, afirma Duarte Nogueira. A área do DRS XIII tem 250 leitos de UTI, sendo 134 em hospitais públicos e 116 em particulares.
Desde o dia 27 de julho, o município passou a contar com um robô alemão instalado no Supera Parque de Inovação e Tecnologia, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com capacidade de processar 800 exames RT-PCR da covid-19 por dia. A expectativa é que, em dez dias, o equipamento coloque o fluxo de resultados de exames dentro da normalidade.
Ribeirão Preto está na fase vermelha do Plano São Paulo há oito semanas, desde 15 de junho. A nova quarentena começou em 27 de julho e vai até segunda-feira (9). Uma nova avaliação será anunciada na sexta-feira. Atualmente, na região de Ribeirão Preto, apenas os serviços essenciais podem atender presencialmente.
Entre eles estão os supermercados, padarias, açougues, bares, lanchonetes e restaurantes (desde que não haja consumo no local), farmácias, drogarias, bancos (seguindo as regras de distanciamento e higienização), postos de combustíveis, serviços de limpeza, segurança, transporte (ônibus, táxis e aplicativos) e abastecimento.
A fase laranja permite funcionamento com 20% da capacidade de público em comércio de rua, shopping centers, escritórios em geral, imobiliárias e concessionárias. O horário também é limitado a quatro horas diárias. Na fase amarela, além dessas atividades, também podem atender, com restrições e regras rígidas, bares, restaurantes e salões de beleza e de estética – cabeleireiros, barbearias, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador.
A permanência por 28 dias seguidos na fase amarela também permite a reabertura, com limitações, de espaços culturais como museus, bibliotecas, cinemas, teatros e salas de espetáculos. Na zona verde do Plano São Paulo, é permitida a abertura de um número maior de setores em relação à fase 3. A fase azul permite o “normal controlado” na qual todos os setores em funcionamento, mas mantendo medidas de distanciamento e higiene.
A região do DRS XIII é formada por Ribeirão Preto, Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardinópolis, Luis Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana e Sertãozinho.
Ocupação de leitos de UTI é de 72,5%
A ocupação de leitos de terapia intensiva estava em 72,5% às 21h40 desta terça-feira, 4 de agosto, em Ribeirão Preto, segundo a plataforma leitoscovid.org. Havia pessoas internadas em 174 das 240 vagas disponibilizadas pelos 13 hospitais da cidade – cinco públicos e oito privados, de acordo com dados da prefeitura.
Na enfermaria, a taxa era de 68,2%, com 180 das 264 vagas ocupadas. Nas unidades Campus e de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP), a ocupação de leitos de terapia intensiva estava em 71,9% no mesmo horário desta terça-feira.
As duas unidades do HC têm, agora, 89 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para adultos e 64 estavam ocupados. A situação era mais preocupante na enfermaria, que conta com 52 leitos e tinha 51 pacientes com quadro menos grave da covid-19, ou 98% de ocupação.
Na segunda-feira (3) a taxa de ocupação de leitos de UTI em Ribeirãop Preto estava em 81%, e no domingo (2) também ficou na casa do 80% (foi de 80,2%). Na sexta-feira, 31 de julho, estava em 77,4%, e no sábado (1º), foi de 75,3%. A prefeitura de Ribeirão Preto acredita que, com esses índices e a tendência de queda no número de casos de coronavírus e mortes por covid-19, a cidade pode avançar de fase no Plano São Paulo.