As distribuidoras já podem cortar a energia de consumidores que deixarem de pagar suas contas. A autorização começa a valer neste sábado, 1º de agosto. Apenas usuários enquadrados no programa Tarifa Social, destinado a famílias de baixa renda, terão o fornecimento mantido até o fim do ano mesmo que não consigam arcar com as faturas. A decisão é da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em Ribeirão Preto, a CPFL Paulista tem 309.817 consumidores, dos quais 5.162 clientes estão enquadrados no programa Tarifa Social – a concessionária tem mais 4,2 milhões de clientes espalhados em outras 233 cidades do estado de São Paulo.
Com a declaração da pandemia do novo coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Aneel havia aprovado, temporariamente, a proibição de cortes por falta de pagamento entre 24 de março e 31 de julho para todos os consumidores. Esse foi o período mais crítico da pandemia, quando diversos municípios e Estados adotaram medidas de isolamento social.
A principal ferramenta das concessionárias de distribuição para evitar a inadimplência é o corte do fornecimento. A Aneel manteve também o direito das distribuidoras de cobrar taxa de religação após a regularização da situação de inadimplência. A agência aceitou estender a suspensão de cortes para as 9,5 milhões de famílias de baixa renda enquadradas no programa Tarifa Social até 31 de dezembro – período de vigência do decreto de calamidade pública.
As distribuidoras deverão mandar aviso aos consumidores sobre a retomada dos cortes de fornecimento. A diretora lembrou, porém, que as empresas deverão cumprir uma nova lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, que proíbe o desligamento de serviços públicos nas sexta-feiras, sábados, domingos, feriados e no dia anterior ao feriado.
A agência decidiu ainda que as empresas devem retomar, a partir de 1º de agosto, o atendimento telefônico humano e também o atendimento físico nas lojas presenciais, caso não haja impedimento determinado pelas autoridades locais. Nos primeiros meses da pandemia, as concessionárias puderam manter apenas atendimentos digitais, por telefone e internet.
As contas de luz terão bandeira verde até o final deste ano, segundo a Aneel. Com isso, não haverá taxa extra nas tarifas de energia por ao menos onze meses seguidos, desde fevereiro de 2020. Desde 1º de julho, a tarifa de energia está, em média, 6,05% mais cara em Ribeirão Preto.
Para os consumidores residenciais e pequenos comércios, que também entram na faixa de baixa tensão, o aumento é de 5,17%. Para os clientes da alta tensão – indústrias, shopping centers e outros estabelecimentos de grande porte – o reajuste é de 6,72%.