Por Ciro Campos e Felipe Rosa Mendes
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, lamentou nesta sexta-feira a decisão da Fórmula 1 de cancelar o GP do Brasil deste ano e disse que a cidade estava preparada para receber o grande evento, marcado para novembro. Covas afirmou também que a capital segue em negociação com a cúpula da categoria para estender o contrato, que acaba neste ano.
A F-1 anunciou no início do dia que a pandemia do novo coronavírus causou o cancelamento de todos os GPs das Américas. Assim, a corridas dos Estados Unidos, México e Canadá também não serão realizadas neste ano. Ou seja, a temporada 2020 vai se restringir à Europa e à Ásia.
“Ao longo das últimas semanas enviamos todos os dados à organização do evento, mostrando que a realidade da cidade de São Paulo e do Estado é bem diferente da realidade brasileira, que é o que tem nas notícias que chegam tanto aos pilotos como para as equipes”, disse Covas.
O prefeito garantiu que a cidade, segundo projeções da própria Prefeitura, estará em melhores condições em novembro do que cidades que já receberam etapas da F-1 neste ano, na Europa. “A projeção mostra que em novembro estaremos em uma situação bem melhor do que estavam os países europeus onde já tivemos a realização do GP. Destacamos, inclusive, que tanto as autoridades sanitárias do Estado tanto do município desenvolveram protocolo para realizar eventos de automobilismo ”
Um dos principais eventos da cidade, o GP do Brasil costuma lotar hotéis e restaurantes no fim de semana. De acordo com a Prefeitura, na corrida do ano passado a F-1 movimentou R$ 361 milhões na cidade.
Com a decisão da F-1, o tradicional Autódromo de Interlagos corre o risco de ficar sem provas da categoria pelos próximos anos. Isso porque o contrato de São Paulo se encerra neste ano. E a capital paulista tem a concorrência do Rio de Janeiro, que negocia vínculo de 10 anos com a direção da F-1.
Covas garantiu nesta sexta que a cidade segue em processo de negociação com a cúpula da categoria para renovar o contrato. “Continuamos as tratativas com a organização do evento para prolongar o contrato a partir do ano que vem.”
Procurado pelo Estadão, o promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi disse que preferia não comentar a decisão da F-1 porque ainda não foi notificado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), entidade que homologa o calendário da F-1. “Comunicamos que não recebemos até o presente momento nenhuma comunicação oficial da Federação Internacional de Automobilismo e, dessa forma, não poderemos nos manifestar”, disse o promotor, em comunicado.