Em depoimento na Câmara de Vereadores, nesta quinta-feira, 23 de julho, o chefe da Coordenadoria de Limpeza Urbana (CLU) de Ribeirão Preto, Joselito Campos da Silva, ratificou que a cidade não tem coleta e destinação de resíduos verdes. Ressaltou ainda que a coleta seletiva de recicláveis também não está sendo realizada e não existe previsão de retorno por causa da pandemia do coronavírus.
Ele foi convocado a prestar esclarecimentos sobre a coleta seletiva e a manutenção e gestão dos resíduos verdes no município. O projeto de resolução da Mesa Diretora tem por base requerimento de Marcos Papa (Cidadania). No depoimento, o coordenador afirmou que a empresa responsável pela destinação da massa verde, a Serverde Comércio de Plantas e Serviços Ambientais Ltda-EPP, de São Roque, não cumpriu a meta definida em contrato.
A empresa venceu a licitação em fevereiro e abandonou o serviço em junho, após não atingir os quantitativos previstos. O contrato previa a trituração de 1.700 toneladas por mês, mas a empresa triturou apenas 623 toneladas em março, 90,4 toneladas em abril e 229,30 toneladas em maio, totalizando 942,7 toneladas. O chefe da CLU lamentou o fato de empresa ter vencido a licitação.
Ele se referia ao fato de a Serverde ter cumprido, no papel, todas as exigências legais, mas, ao assumir o serviço, não realizou o estabelecido em contrato. “Isso causou um grande prejuízo para a cidade e para a população”, disse. No começo de junho, horas após a empresa retirar seus equipamentos do aterro da localizado na Rodovia Mário Donegá (SP-291), um grande incêndio atingiu o local.
No aterro deveria funcionar o setor de pica-galhos da prefeitura de Ribeirão Preto, mas com o terreno lotado e o pica-galhos parado, a administração municipal suspendeu o recebimento de descarte de massa verde no local, o que gerou muito transtorno para a população e resultou em galhadas acumuladas em diversos pontos da cidade.
Segundo Campos da Silva, apesar de ainda não ter aberto um processo administrativo para apurar as causas do incêndio, ele garantiu que a polícia está investigando o assunto com base em boletim de ocorrência (BO) registrado. Marcos Papa acionou o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) por suspeitar que o incêndio tenha sido criminoso.
Em relação à coleta seletiva, o coordenador afirma que a prática foi suspensa devido à pandemia do coronavírus e para evitar a transmissão da doença. O serviço de separação realizado pela Cooperativa Mãos Dadas também foi fechado neste período. Antes da suspensão, a cidade realizava a coleta em 27 bairros e, segundo a prefeitura, seria ampliado para um total de 129. Ressalta que após a pandemia haverá o retorno deste serviço.
Para Marcos Papa, a cidade está há muito tempo sem uma empresa responsável pela massa verde e o antigo aterro da Mário Donegá está em situação “deplorável”. “É preciso que a prefeitura resolva este problema imediatamente. Considero uma falha muito grande do coordenador por não ter aberto um processo administrativo para apurar o incêndio no aterro”, diz.