Tribuna Ribeirão
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Inadimplência – Aneel aprova a volta de corte de energia

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

As distribuidoras pode­rão voltar a cortar a energia de consumidores que deixarem de pagar suas contas a partir de 1º de agosto. Apenas usuários enquadrados no programa Ta­rifa Social, destinado a famílias de baixa renda, terão o forne­cimento mantido até o fim do ano mesmo que não consigam arcar com as faturas. A decisão é da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Em Ribeirão Preto, a CPFL Paulista tem 309.817 consumi­dores, dos quais 5.162 clientes cadastrados estão enquadrados no programa Tarifa Social – a concessionária tem mais 4,2 mi­lhões de clientes espalhados em outras 233 cidades do estado de São Paulo.

Com a declaração da pande­mia do novo coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Aneel havia aprovado, temporariamente, a proibição de cortes por falta de pagamento entre 24 de março e 31 de julho para todos os consumidores. Esse foi o período mais crítico da pandemia, quando diversos municípios e Estados adotaram medidas de isolamento social.

Relatora do processo, a diretora Elisa Bastos Silva re­conheceu que as dificuldades econômicas e financeiras da população em razão da pande­mia continuam, mas ponderou que a principal ferramenta das concessionárias de distribuição para evitar a inadimplência é o corte do fornecimento. A Aneel manteve também o direito das distribuidoras de cobrar taxa de religação após a regularização da situação de inadimplência.

Silva disse ainda que já existem políticas públicas para atender a população mais vulnerável, como o auxílio emergencial. Ainda as­sim, a Aneel aceitou estender a suspensão de cortes para as 9,5 milhões de famílias de baixa ren­da enquadradas no programa Tarifa Social até 31 de dezembro – período de vigência do decreto de calamidade pública.

As distribuidoras deverão mandar aviso aos consumidores sobre a retomada dos cortes de fornecimento. A diretora lembrou, porém, que as empresas deverão cumprir uma nova lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, que proíbe o desligamento de serviços públicos nas sexta-fei­ras, sábados, domingos, feriados e no dia anterior ao feriado.

A agência decidiu ainda que as empresas devem retomar, a partir de 1º de agosto, o aten­dimento telefônico humano e também o atendimento físico nas lojas presenciais, caso não haja impedimento determina­do pelas autoridades locais. Nos primeiros meses da pandemia, as concessionárias puderam manter apenas atendimentos di­gitais, por telefone e internet.

As contas de luz terão ban­deira verde até o final deste ano, segundo a Aneel. Com isso, não haverá taxa extra nas tarifas de energia por ao menos onze meses seguidos, desde fevereiro de 2020. Desde 1º de julho, a tarifa de ener­gia está, em média, 6,05% mais cara em Ribeirão Preto.

Para os consumidores residen­ciais e pequenos comércios, que também entram na faixa de bai­xa tensão, o aumento é de 5,17%. Para os clientes da alta tensão – in­dústrias, shopping centers e outros estabelecimentos de grande porte – o reajuste é de 6,72%.

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