Tribuna Ribeirão
Política

Relatório do Fundeb será lido em plenário

MICHEL JESUS/CÂMARA DOS DEPUTADOS

O deputado federal Ricardo Silva (PSB-SP) defendeu, nes­ta segunda-feira, 20 de julho, durante sessão da Câmara dos Deputados, a manutenção do Fundo de Manutenção e Desen­volvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissio­nais da Educação (Fundeb) e a ampliação dos investimentos na área. O relatório da relatório da deputada Professora Dorinha (DEM-TO) deve ser lido em plenário nesta terça-feira (21).

“A educação é a matéria-pri­ma da consciência. Sem educa­ção um país não se desenvolve. Por isso, a aprovação desse novo Fundeb é essencial para o pre­sente e o futuro de nossa nação”, afirma o parlamentar, lembran­do que, em 85% dos municípios brasileiros, os recursos do fundo equivalem a pelo menos metade dos investimentos.

Em 2019, o Fundeb foi res­ponsável pelo investimento de mais de R$ 165 bilhões em todo o país. Segundo o parlamentar, a manutenção do fundo é es­sencial para um cenário mais promissor. “Vemos exemplos da Coreia do Sul, referência em investimentos da Educação, e também do Japão, País que se reconstruiu após uma guerra. Temos que seguir o fluxo da his­tória”, completa Ricardo Silva.

O deputado ressalta que, mesmo em Ribeirão Preto, uma região considerada desenvol­vida, existem quase cinco mil crianças esperando uma vaga em creche. Porém, o Palácio do Planalto quer adiar a votação de proposta de emenda à Consti­tuição (PEC) que torna perma­nente o Fundeb, que financia a educação básica, e aumenta contribuições da União.

Em reunião com lideranças do Congresso Nacional, na ma­nhã desta segunda-feira, o minis­tro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, sugeriu adiar a votação em pelo menos uma se­mana, sob argumento de que o novo ministro da Educação, Mil­ton Ribeiro, precisa conhecer me­lhor o tema, segundo parlamenta­res que participaram do encontro.

O governo Jair Bolsonaro, no entanto, quer evitar o aumento da complementação da União no fundo de 10% para 20%, como é proposto no relatório da Professora Dorinha. A ideia da equipe econômica ainda é des­tinar cinco pontos percentuais dessa fatia ao Renda Brasil, pro­grama em estudo no governo, e jogar para 2022 a entrada em vigor das mudanças no fundo.

Em nota, a assessoria do mi­nistro Ramos afirmou que “há de se levar em conta que o mi­nistro da Educação tomou posse há menos de uma semana e não pode participar dos debates com profundidade”. Também disse que o governo quer “construir uma solução com o Congresso Nacional o mais rápido possível, pois se trata de uma pauta rele­vante para o país”.

As modificações foram cri­ticadas por entidades e especia­listas da área da educação, que disseram que o adiamento para 2022 cria um “vácuo de recursos para 2021”, já que as regras para o fundo atual acabam neste ano. O texto da PEC estabelece que as novas regras começam a valer no ano que vem.

O projeto da relatora, depu­tada Dorinha Rezende (DEM­-TO), estabelece um mínimo de 70% dos recursos para paga­mento de salários dos professo­res na ativa. O governo transfor­ma esse patamar em teto, porque quer que sobrem recursos para infraestrutura escolar.

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