O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta terça-feira, 14 de julho, que, se o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tiver “grandeza moral”, tem de se desculpar e se retratar após declarar que o Exército se associou a um “genocídio” durante a pandemia do novo coronavírus.
Na segunda-feira (13), o vice já havia dito que Gilmar “forçou a barra e ultrapassou o limite da crítica”. Em nota divulgada na manhã desta terça, o ministro do Supremo Tribunal Federal afirmou que não atingiu a honra do Exército e manteve as críticas à “substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde”.
Em reação às afirmações de Gilmar Mendes, o Ministério da Defesa afirmou que entraria com uma representação contra ele na Procuradoria-Geral da República (PGR). Na entrevista à CNN Brasil, Mourão afirmou que é preciso esperar a redução no avanço da covid-19 no país para promover a troca no comando do Ministério da Saúde.
“Espera a pandemia arrefecer, aí troca”, disse. Eduardo Pazuello, general da ativa, está no comando interino da pasta há dois meses, após a saída de Nelson Teich. Na visão do vice-presidente, a covid-19 apresenta “menores graus de letalidade em locais onde houve avanço muito rápido”, como São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Belém.
“Deixa que se tenha noção de que atingimos um ponto de controle para aí trocar ministro”, disse Mourão, que é general da reserva. Para ele, a eventual troca de ministros cabe ao presidente Jair Bolsonaro. Pazzuelo é pressionado pelo núcleo militar do governo para deixar a ativa e ir para a reserva no Exército.
Na segunda-feira (13), o Ministério da Defesa também divulgou nota em que afirmou o empenho de Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira (FAB) em preservar vidas durante a pandemia. Nesta terça-feira, o ministro Fernando Azevedo enviou representação à Procuradoria-Geral da República (PGR).