Tribuna Ribeirão
Economia

Boletim Focus – Previsão para o IPCA vai a 1,72%

NACHO DOCE/REUTERS

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o índice oficial de preços – em 2020. O Relatório de Mercado Fo­cus divulgado nesta segunda-fei­ra, 13 de julho, pelo Banco Cen­tral mostra que a mediana para o indexador neste ano passou de alta de 1,63% para 1,72%. Há um mês, estava em 1,60%. A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,00%. Quatro semanas atrás, es­tava no mesmo patamar.

O relatório Focus trouxe ain­da a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa foi de 3,42% para 3,25%. Há quatro se­manas, essas projeções eram de 3,50% para ambos os casos. A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto percen­tual (índice de 2,50% a 5,50%).

No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Na semana pas­sada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,26% em junho. No acumulado do primeiro semestre do ano, a alta é de 0,10%.

A previsão do mercado finan­ceiro para a queda da economia brasileira este ano foi ajustada de 6,50% para 6,10%. Há quatro se­manas, a estimativa era de baixa de 6,51%. A estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e ser­viços produzidos no país – para o próximo ano é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão há sete semanas consecutivas.

Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar. Em junho, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) recuou 9,73% em abril ante março, na série com ajustes sazonais. Foi o maior recuo da história em um único mês.

No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 8,10% para queda de 9,00%. Há um mês, estava em declínio de 5,44%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 4,00%, ante 3,50% de quatro semanas antes.

Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, es­tabelecida atualmente em 2,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expectati­va é que a Selic encerre 2020 em 2% ao ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 3% ao ano. Para o fim de 2022, a previsão é 5% ao ano e para o final de 2023, 6% ao ano.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incenti­vo à produção e ao consumo, re­duzindo o controle da inflação e estimulando a atividade eco­nômica. Entretanto, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobra­dos dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos en­carecem o crédito e estimulam a poupança. A previsão para a cotação do dólar permanece em R$ 5,20, ao final deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 5, contra previsão de R$ 5,05 da semana passada.

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