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Cultura

Live celebra 50 anos do ‘Baile da Pesada’

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Uma das personalidades mais importantes da rádio bra­sileira, o DJ e locutor Big Boy marcou toda uma geração de ouvintes dos anos 1960 e 1970. Com seu estilo irreverente e a minuciosa pesquisa de lança­mentos da cena pop internacio­nal, tocados com exclusividade em seus programas, conquistou a juventude da época, sempre saudada pelo inesquecível bor­dão “Hello, crazy people!”.

Comunicador multimídia, Big Boy também criou, em par­ceria com o DJ Ademir Lemos, aquele que é considerado o pre­cursor dos bailes funk: o “Baile da Pesada”, que reunia multi­dões no extinto Canecão, com muito rock, pop, soul e R&B, e completa 50 anos de sua pri­meira edição em 12 de julho de 2020. Para celebrar a data, o pro­dutor e DJ Leandro Petersen, fi­lho caçula de Big Boy, convidou grandes nomes da trajetória do funk para fazer uma live, em 31 de julho, às 19 horas.

Comunicador multimídia, Big Boy também criou, em parceria com o DJ Ademir Lemos (esq.), aquele que é considerado o precursor dos bailes funk: o “Baile da Pesada”, que reunia multidões no extinto Canecão

O encontro, que vai lembrar as divertidas histórias desses bai­les, será transmitido no Youtube (www.bit.ly/youtubebailedape­sada), no Mixcloud (www.mi­xcloud.com/BaileDaPesada/) e na página recém-criada do Fa­cebook (www.facebook.com/ BigBoyBaileDaPesada), que está sendo atualizada com músicas, vídeos, trechos da voz de Big Boy.

Para celebrar a data, o produtor e DJ Leandro Petersen, filho caçula de Big Boy, convidou grandes nomes da trajetória do funk para fazer uma live, em 31 de julho, às 19 horas

“A ideia era fazer um encon­tro físico, uma grande festa para celebrar esses 50 anos do Baile da Pesada. Mas, com a pande­mia, trocamos o evento por uma live para que uma data tão mar­cante como essa não passasse em branco”, explica o DJ e pro­dutor Leandro Petersen. “Dei­xamos o baile para o ano que vem, mas na live vamos relem­brar a trajetória do Big Boy, seu pioneirismo, seu legado e seus herdeiros. E, claro, vai ter muita música com nomes importantes da trajetória do funk. Estamos planejando quatro horas de bai­le virtual”.

A live “Baile da Pesada – 50 anos” vai começar, às 19 horas, com um bate-papo sobre a tra­jetória do funk, que vai reunir Dom Filó, Mr. Paulão, Peixinho, Marlboro, Corello e Leandro Petersen. Das nove da noite até a uma hora da madrugada, have­rá um baile virtual com sets de 40 minutos de cada DJ e um set misto, com todos os DJs juntos. O encontro contará ainda com o videografismo dos VJs Rico e Renato Vilarouca e a participa­ção em tempo real da equipe de dançarinos do Club do Soul, que vai interagir com o público para não deixar ninguém ficar parado.

Big Boy e o “Baile da Pesada”
Nascido em 1º de junho de 1943, Newton Alvarenga Duarte (o Big Boy) começou a garimpar discos quando tinha 20 anos e chegou a reunir 20 mil vinis em sua coleção. Em 1967, foi contratado pela Rádio Mundial, 860 AM, aquisição do grupo O Globo, cujo comando de restruturação havia sido en­tregue ao jornalista e poeta Rey­naldo Jardim.

Além de radialista, traba­lhou em programas de TV e escrevia colunas sobre música nos principais jornais do país. Com o Baile da Pesada, criou um evento pioneiro e ecléti­co, que tocava os sucessos da Rádio Mundial e da conceitu­ada boate Le Bateau. Quando a temporada acabou, Big Boy adquiriu um moderno aparato de som que era transportado em uma kombi pelos clubes do subúrbio fluminense.

De forma intuitiva, ele e Ademir criaram a primeira equipe de som brasileira: o Baile da Pesada, que levava a música pop para além da Zona Sul do Rio e começou a influenciar e ser influenciado pela periferia. O funk de James Brown vivia seu apogeu e era comum que equipes de dançarinos ensaias­sem seu repertorio de passos para brilhar nas pistas, com seus ternos, pisantes e cabelo black power. Naturalmente o funk foi ganhando espaço maior no baile e Big Boy recorria a seu imenso acervo para sacudir a multidão.

Em pouco tempo, a turma do subúrbio se organizou tam­bém e criou suas próprias equi­pes. A partir do sucesso do Baile da Pesada, surgiram equipes notórias que moldaram o movi­mento Black Rio como a Black Power, Soul Grand Prix, Fura­cão 2000, Cashbox e diversas outras, dedicadas ao R&B e ao soul. Em 1977, Big Boy morreu prematuramente aos 33 anos, mas seu legado permanece: os bailes se tornaram uma impor­tante opção de lazer e manifes­tação cultural no Rio de Janeiro e no Brasil.

Atrações da live ‘Baile da Pesada – 50 anos’
O DJ e produtor Leandro Petersen, filho mais novo de Big Boy, convidou os maiores nomes da trajetória do funk para celebrar a data dos 50 anos do “Baile da Pesada”. Ele vai apresentar um set com as músicas marcadas à mão por Big Boy nos selos dos compac­tos 45 RPM, um precioso lega­do do acervo de 20 mil discos em vinil deixado por ele, com muito pop, rock, soul e R&B. A inconfundível voz de Big Boy, copiada de fitas antigas, anun­ciará algumas dessas “pérolas” dos bailes.

O DJ Marlboro fará um set em homenagem à fase áurea do funk Brasil, representando os “herdeiros” do “Baile da Pesada” e mostrando que o movimen­to segue até hoje cada vez mais forte. Corello DJ vai atacar com o charme, vertente do R&B que dominou os bai­les nos anos 1980 e reunia multidões dançando no mesmo compasso, com muita elegância e estilo.

De forma intuitiva, Big Boy (em destaque) e Ademir cria­ram a primeira equipe de som brasileira: o Baile da Pesada, que levava a música pop para além da Zona Sul do Rio e começou a influenciar e ser influenciado pela periferia

Os DJs que dominaram a cena dos bailes nos anos 70, es­tarão sua presentes, tocando o som que embalou os bailes na fase áurea do soul e contando as histórias das primeiras equipes de som: Dom Filó, engenhei­ro, DJ, videomaker e produtor, fundador da equipe Soul Grand Prix e um dos grandes repre­sentantes da cultura black no Brasil; Mr. Paulão, empresário e DJ, dono da equipe Black Power, uma das mais representativas dos anos 70; e Peixinho, radialis­ta e assistente de Big Boy na épo­ca. Foi disc-jockey do “Baile da Pesada” durante a sua trajetória nos subúrbios cariocas.

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