A explosão de casos de coronavírus, a evolução de mortes por covid-19 e a alta taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva levaram o governo do Estado a manter suspensas as atividades comerciais e de prestação de serviços não essenciais em Ribeirão Preto e nas demais 25 cidades da área de atuação do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS XIII).
Ribeirão Preto continua na faixa vermelha do Plano São Paulo, quando apenas os serviços essenciais podem atender, e mesmo assim com restrições. A nova quarentena, a sexta desde o início da pandemia, vai até 30 de julho. Uma nova avaliação será anunciada no dia 24, quando o Estado vai informar se a região terá condições de avançar de fase – provavelmente para a laranja, que é mais branda.
Na análise feita pelo Comitê de Contingenciamento da Covid-19 para o Plano ao Paulo, a capacidade hospitalar ficou na faixa vermelha. Segundo dados do Plano São Paulo, a ocupação de leitos de UTI na área do DRS XIII era de 88%, com taxa de 15,7 para cada 100 mil habitantes (faixa verde). Já a variação de óbitos foi de 1,31 e a de casos, de 1,37.
No último dia 3, o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) acatou as novas 17 medidas restritivas propostas pelo Ministério Público Estadual (MPE) e anunciou que durante 15 dias a quarentena teria regras mais rígidas em Ribeirão Preto – vai até dia 19. A ideia é frear o avanço da covid-19 e evitar um colapso no sistema de saúde (leia quadro nesta página).
As multas para quem desobedecer os decretos municipais e estaduais vão seguir o Código Sanitário de Ribeirão Preto e do Estado e o Código Tributário Estadual e vão de dez a 182 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps, cada uma vale R$ 27,61 neste ano), o que significa valores entre de R$ 276,10 a R$ 5.025,02.
Na quinta (9) e nesta sexta-feira (10), a taxa de ocupação em de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento de pacientes com Sars-CoV-2 chegou a 99,4%. Nas unidades Campus e de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP), a ocupação passou de 100% na quinta-feira, segundo dados da própria instituição.
Na semana de 22 a 28 de junho, o número de pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 saltou de 3.600 para 4.520 – são 920 novos casos a cada 24 horas, média de 131 por dia. No período seguinte, de 28 de junho a 5 de julho, passou de 4.746 para 5.910, com 1.164 infecções a mais, 166 por dia. Já as mortes em decorrência da covid-19 subiram de 143 em 28 de junho para 184 em 5 de julho, 41 a mais em uma semana, quase seis a cada 24 horas.
A do DRS XIII é formada por Ribeirão Preto, Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardinópolis, Luis Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana e Sertãozinho.
Na fase vermelha de flexibilização do Plano São Paulo só funcionam as atividades essenciais. Por enquanto, com as 17 novas medidas impostas pelo decreto nº 146;2020, o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) descartou a possibilidade de implantar “lockdown” – quando o governo decreta o confinamento e o isolamento total entre as pessoas.
Atualmente, em Ribeirão Preto, apenas os serviços essenciais poderão atender presencialmente. Entre eles estão os supermercados, padarias, açougues, bares, lanchonetes e restaurantes (desde que não haja consumo no local), farmácias, drogarias, bancos (seguindo as regras de distanciamento e higienização), postos de combustíveis, serviços de limpeza, segurança, transporte (ônibus, táxis e aplicativos) e abastecimento.
Entre 1º e 14 de junho, Ribeirão Preto estava na zona laranja do Plano São Paulo, que permite a abertura do comércio de rua e dos shopping centers, de concessionárias de veículos, imobiliárias e escritórios de advocacia, arquitetura, engenharia e de contabilidade, entre outros, com horário e lotação reduzidos.
O Plano São Paulo tem cinco faixas, diferenciadas por cores. Na vermelha, apenas os serviços essenciais podem atender, com restrições. Na laranja, é permitida a abertura do comércio, shoppings, concessionárias, imobiliárias e escritórios, também com regras rígidas.
Na fase amarela, além desses setores, também pode reabrir o setor de estética, como salões de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador, além de bares e restaurantes com atendimento presencial restrito. Na verde entram as academias.
Por fim, a azul, além de permitir o funcionamento de todos esses estabelecimentos, também autoriza a reabertura de teatros, cinemas, casas noturnas, de shows e outros espetáculos, espaços públicos como parques e praças e eventos com aglomeração de pessoas.