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Como será o amanhã?

No carnaval carioca de 1978, a União da Ilha do Governa­dor foi quarta colocadacom o enredo “O Amanhã”. O samba foi gravado no mesmo ano por Elizeth Cardoso (A Divi­na), mas realmente foi popularizado na voz de Simone em 1983. Mesmo quem não acreditava em ciganas, cartomantes ou jogo de búzios entoou os versos que falavam, ainda, de destino, malmequer, realejo e zodíaco. A grande pergunta era como será o amanhã? A resposta era “o meu destino será como Deus quiser”.

Nos momentos mais difíceis da história as sociedades buscam no divino a explicação e a solução para incertezas, preocupações, dores, perdas e mortes. Nesta pandemia não é diferente e observamos a eterna luta entre a ciência e a fé. Luta que parece infinita como a outra entre saúde e economia. Após uma análise livre de paixões perceberemos que todas são im­portantes, não precisam ser antagônicas e que podemos manter nossos credos e usar o conhecimento científico para encontrar a cura, tratamento ou vacina e gradativamente retomar as ativi­dades com todas as cautelas sanitárias necessárias.

Diante das dificuldades financeiras encontradas por esta­dos e municípios, caberia ao governo federal liderar a reto­mada do crescimento, porém os imbróglios políticos, jurídi­cos e ideológicos consomem precioso tempo e causam uma preocupante letargia. Os anunciados investimentos em obras de saneamento básico trazem alento, tanto pela almejada me­lhoria na qualidade de vida da população, quanto na geração de emprego e renda, mas precisamos mais. Ações estratégicas devem ser adotas em favor de setores como turismo, recepti­vo e prestação de serviços.

A ampliação do auxílio emergencial é essencial e o cida­dão, especialmente o mais fragilizado, precisará mais do que nunca de medidas consistentes de redistribuição de renda. Da mesma forma, precisamos facilitar o acesso ao crédito com juros reduzidos para o pequeno e o médio empresário. Vários setores continuam reclamando que as medidas governamen­tais não chegaram, nem trouxeram resultados práticos, assim milhares de empresas seguem encerrando suas atividades.

A classe trabalhadora, por seu lado, além da busca por empregos já se preocupa com os formatos que eles terão. A flexibilização temporária de direitos poderá ser definitiva? O trabalho à distância chegou para ficar? Quantas profissões e postos de trabalho serão definitivamente extintos? O mar de incertezas parece não ter fim.

Pensar um país melhor para todos exige competência e capacidade de união e mobilização. Cansados de oportunis­tas, buscamos agora estadistas que estejam preparados para fazer o que precisa ser feito. Não sabemos como seráo ama­nhã, mas provavelmente a pandemia não será eterna e a crise passará. Como sobrevier a este momento reduzindo danos e preparando o futuro é outra dúvida que nos consome. Vai chegando o amanhecer de um novo tempo e por garantia, além de muito esforço coletivo, sugiro a velha e boa receita da cautela, qual seja, joelho no chão, Deus no coração e rigor nas medidas de prevenção.

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