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A dor da saudade

Enfrentar o luto tem sido extremamente doloroso. Desde que nosso pai Ricardo Ribeiro nos deixou, o vazio se instalou. Escrever sempre foi uma maneira de organizar meus pensa­mentos, e pela escrita, busquei refletir sobre a dor da saudade e trazer alento para superá-la.

Dr. Ricardo, como a maioria o chamava, era um homem simples, extremamente elegante, um Lord de bom trato. Olhos firmes, de um azul radiante que ornavam muito bem com seus cabelos dourados e ainda se completavam com seu sorriso inesquecível. Um príncipe da paz.

Dono de uma personalidade marcante, sua presença sem­pre foi forte e inesquecível. Em cada encontro da vida, sempre tinha uma história para contar ou uma palavra amiga. Ele marcou neste mundo com suas ações. Sua visão de mundo e da vida sempre foram diferenciadas.

Seu amor pela família e amigos era imensurável. Falava da vida, de política, das pessoas, de anjos e querubins. Era um homem surpreendente. Poeta, político, químico, ad­vogado, boêmio, cantor, irmão, pai, avô, bisavô e acima de tudo um amigo sincero. Era uma daqueles seres humanos iluminados, que se alguém precisasse de roupa ele tirava a que estava vestido. Se alguém precisasse comer, ele entrega­va seu próprio alimento.

Caminhava por esta vida distribuindo sonhos… e como caminhava. Agora, caminhar sem ele nesta vida não vai ser fácil! Sua presença sempre existirá, mas hoje, só temos a agra­decer por ter tido a honra de partilhar com ele nossa vida, por termos tido a felicidade de estarmos entre os entes mais amados por ele. Temos certeza, muitas vidas foram tocadas e transformadas por ele.
Dono de uma serenidade ímpar. Mas neste último ano, ele andava ansioso, inquieto, tinha pressa, queria resolver todos os problemas desta vida, queria simplesmente que todos nós andássemos de braços dados, em plena harmonia.

Combatia ferozmente a injustiça e a maldade. Certamente, ele está em paz, ao lado de Deus e seus familiares e amigos que já estão do outro lado do caminho. E a nós, que ainda estamos deste lado, nos restam as lembranças, a gratidão, o amor e sua presença infinita.

A morte nos pegou de surpresa, virou nossa estada aqui na terra de ponta cabeça, nos impõe uma dor, um vazio e sauda­de eterna. É difícil aceitar que temos que nos acostumar sem sua presença física. É doloroso demais, mas temos que aceitar, ele cumpriu da forma mais linda sua missão aqui na terra.

Aprendemos tantas coisas com ele. Creio que todos nós tentamos, por diversas vezes, fechar os olhos e vê-lo entran­do, sorrindo, nos abraçando, dizendo “Eu estou aqui.” Nestes últimos dias e noites, o medo, a dor e o vazio tem nos consu­mido… mas precisamos ser fortes para que ele esteja em paz.

Relembrar suas palavras, seus discursos, suas letras de músicas, poemas… Em cada canto que olhamos lembramos o quanto você, Dr. Ricardo, nosso pai, era e é realmente ilumi­nado. E como você escreveu… “Lá naquele céu revestido de azul”, hoje você está… “E as rosas que tanto falou, os espinhos você retirou”.

Os anjos em uma sexta-feira vieram te buscar. Com certeza você está agora do outro lado do caminho, contando sobre a vida, escrevendo seus poemas, iluminando caminhos. Pedimos desculpas pelas lágrimas, meu pai, ainda estamos tentando reconstruir a vida com sua ausência.

Nosso amor por você ultrapassa o limite do céu e da terra. Descanse em paz, amor de nossas vidas.

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