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Pandemia impacta Cirque du Soleil, que entra em recuperação judicial

Divulgação/Cirque du Soleil

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o Cirque du Soleil sofre perdas e impacto econômico em seus espetáculos e turnês pelo mundo. Nesta segunda, 29, a companhia entrou em um programa de recuperação judicial no Canadá, com o objetivo de evitar a falência e se proteger de seus credores.

Com sede em Montreal, a produtora se encaixou em um programa voltado ao auxílio de empresas que têm dívidas acima de US$ 5 milhões – as estimativas do mercado americano é de que as dívidas totais da empresa cheguem a US$ 1 bilhão. A companhia de entretenimento foi fundada em 1984, no Canadá, e ficou famosa no mundo com espetáculos que misturam circo, dança, música e efeitos audiovisuais.

As empresas de entretenimento que dependem de grandes multidões estavam entre as primeiras vítimas do vírus nos negócios. O Cirque du Soleil demitiu 4.679 funcionários – cerca de 95% de sua força de trabalho – em 19 de março, depois de encerrar 44 produções para cumprir com as ordens dos governos em todo o mundo. Entre os dispensados, estavam os brasileiros Marcelo Perna e Gabriel Christo. Perna integrava o espetáculo Corteo e Christo fez parte de montagens como Amaluna e Toruk, inspirado no filme Avatar. Os dois estavam na equipe artística do Cirque du Soleil companhia.

Fundada por Guy Laliberté, a companhia deixou de ter seu controle em 2009, quando ele renunciou ao controle do circo por US$ 1 bilhão em 2015. Foi então transferida para as mãos do fundo privado norte-americano TPG Capital, que hoje possui 55% do capital, enquanto 25% pertence ao fundo chinês Fosun, proprietário do Club Med e Thomas Cook, e os 20% restantes à empresa público-privada Caixa de Seguros e Pensões de Quebec (CDPQ, sua sigla em francês).

A partir daquele ano de 2015, o Cirque embarcou em custosas aquisições (como a Blue Man Productions, em 2017, e a VStar Entertainment Group, em 2018) além de promover reformas de salas de espetáculos permanentes ao mesmo tempo em que, de acordo com a imprensa de Quebec, seu característico espírito criativo estava em declínio.

No ano passado, adicionou a Works Entertainment e a trupe de mágicos chamados Illusionists ao seu portfólio, antes de fechar um acordo separado para fazer filmes de longa-metragem com a empresa que coproduziu o sucesso The Lego Movie.

De Las Vegas a Nova York ou China, os esforços equivocados vêm se acumulando sob suas tendas amarelas e brancas, elevando a dívida para mais de US$ 1 bilhão.

A empresa fechou 44 espetáculos pelo mundo em março, segundo o jornal Las Vegas Review Journal. O acordo, segundo o jornal, inclui um investimento de US$ 200 milhões do governo canadense e mais US$ 100 milhões para tentar continuar as operações da empresa enquanto ela se reestrutura.

No entanto, este “acordo de princípio” depende de que a sede do circo permaneça em Montreal e que a província possa recomprar as ações americanas e chinesas no momento oportuno, “pelo valor de mercado” e com “provavelmente um sócio local”, afirmou Pierre Fitzgibbon, ministro da Economia de Quebec.

“Nos últimos 36 anos, o Cirque du Soleil foi uma organização altamente lucrativa e de sucesso”, disse Daniel Lamarre, CEO da empresa, em um comunicado. “No entanto, com receita zero desde o fechamento forçado dos nossos shows devido à covid-19, a diretoria teve que agir com firmeza para proteger o futuro da empresa.”

Como os shows em Las Vegas (O, Zumanity, The Beatles Love, Ka, Mystere e Michael Jackson One) e Orlando (Drawn to Life, em Disney Springs) devem voltar antes dos demais espetáculos do grupo, os colaboradores desses núcleos não foram afetados pelas demissões para que estejam à disposição assim que as portas reabrirem.

Shows em Austin, Texas, Chicago, Houston, Nova Orleans, Salt Lake City, Montreal, Boston, Tel Aviv, Meloneras (Espanha), Munique, Costa Mesa (Califórnia), Denver e as cidades australianas de Melbourne, Adelaide e Perth foram cancelados. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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