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Brasil declara situação de emergência fitossanitária

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O Ministério da Agricul­tura, Pecuária e Abastecimen­to (Mapa) declarou estado de emergência fitossanitária no Rio Grande do Sul e em San­ta Catarina devido ao risco de surto da praga Schistocerca cancellata nas áreas produto­ras dos dois estados. A portaria com a medida está publicada no Diário Oficial da União des­ta quinta-feira, 25 de junho.

O estado de emergência tem por objetivo permitir a imple­mentação de plano de supressão da praga e adoção de medidas emergenciais. De acordo com o ministério, a emergência fitos­sanitária é por um prazo de um ano. A nuvem de gafanhotos está a cerca de 250 quilômetros da fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina. A preocu­pação das autoridades do setor agropecuário e de produtores rurais é o dano que os insetos possam causar às lavouras e pas­tagens, se houver infestação.

A dieta do inseto varia, con­forme a espécie, entre folhas, ce­reais, capins e outras gramíneas. Segundo informações repassadas à Secretaria da Agricultura, Pe­cuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, a nuvem é originária do Paraguai, das províncias de Formosa e Chaco, onde há culturas de cana-de-açú­car, mandioca e milho.

Em nota, o ministério infor­mou que está acompanhando o fenômeno em tempo real e que “emitiu alerta para as superinten­dências federais de Agricultura e aos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária para que sejam tomadas medidas cabíveis de monitoramento e orientação aos agricultores da região. De acordo com a pasta, especialistas argen­tinos estimam que os insetos si­gam em direção ao Uruguai.

A ocorrência e o desloca­mento da nuvem de gafanhotos são influenciados pela tempera­tura e circulação dos ventos. O fenômeno é mais comum com temperatura elevada. Segundo o setor de Meteorologia da se­cretaria gaúcha, há expectativa de aproximação de uma frente fria pelo sul do estado, que deve intensificar os ventos de norte e noroeste, “potencializando o deslocamento do massivo para a Fronteira Oeste, Missões e Mé­dio e Alto Vale do Rio Uruguai”.

A nota diz ainda que o ga­fanhoto está presente no Brasil desde o século 19 e que causou grandes perdas às lavouras de arroz na Região Sul no período de 1930 a 1940. “No entanto, desde então, tem permanecido na sua fase ‘isolada’, que não cau­sa danos às lavouras.”

O ministério informa que especialistas estão avaliando “os fatores que levaram ao ressurgi­mento desta praga em sua fase mais agressiva” e que o fenôme­no pode estar relacionado a uma conjunção de fatores climáticos. A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul orienta os produtores rurais gaúchos a in­formar a Inspetoria de Defesa Agropecuária da sua localidade se identificar a presença de tais insetos em grande quantidade.

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