‘Sociais do Mário Ignácio’
Nos tempos em que cobrar mais de três por cento de juros era considerado um ato de agiotagem, e o aplicador era preso por tal motivo, muitos utilizavam as mais diferentes de cobrança, além das cartoriais. Havia um cartório famoso, localizado na rua Tibiriça, entre a São Sebastião e a Américo Brasiliense, que publicava extensa lista de devedores com valores e origens dos débitos. Os jornais publicavam a extensa relação dos considerados inadimplentes e, naquela época, taxados como “caloteiros”. Falava-se que eram os “sociais do Mário Ignácio”, nome do dono do cartório que simplesmente cumpria com sua missão técnica de cobrança legal.
Correria
Muitos cumpridores de seus deveres eram responsáveis e, logo após a publicação no jornal mais lido da cidade, corriam para pagar seus débitos. Mas outros não ligavam para o fato de a cobrança ser explicitada para o público em geral.
Cobradores vermelhinhos
Uma empresa resolveu implantar um método diferente e mais objetivo para receber o dinheiro de seus clientes. Vestiu os cobradores de vermelho. Eles se postavam diante das casas dos devedores e, com um bandinha espalhafatosa, entoava a marchinha “Ei, você aí, me dá um dinheiro aí”. Muitas pessoas, rapidamente, juntavam os caraminguás e pagavam as dívidas, mas outras puxavam a esposa para o meio da calçada e, diante dos devedores e da banda, dançavam alegremente como se fora carnaval. A Justiça acionada julgou abusivo o método de cobrança e impediu que a firma continuasse com referido método não convencional. Mas dizem que funcionava…