Tribuna Ribeirão
Política

Senado aprova adiamento das eleições

JANE DE ARAÚJO/AGÊNCIA SENADO

O Senado aprovou, na sessão desta terça-feira,m 23 de junho, o adiamento do primeiro turno das eleições municipais de 4 de outubro para 15 de novembro, feriado da Proclamação da Repúbli­ca. Assim, a data do segundo turno passa para o dia 29 do mesmo mês. O adiamento das eleições em seis semanas se dá em virtude do cenário epi­demiológico do novo corona­vírus (covid-19) no Brasil e a consequente necessidade de se evitar aglomerações.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema foi votada em dois tur­nos na sessão desta terça-feira e agora segue para Câmara dos Deputados. Por se tratar de uma PEC, são necessários três quintos de votos favoráveis em dois turnos. No Senado, são 49 votos; na Câmara, 308 votos. As novas datas impediriam a prorrogação dos mandatos de prefeitos e vereadores.

Em Ribeirão Preto, Duarte Nogueira Júnior (PSDB) deve tentar a reeleição, assim como os atuais 27 vereadores. Po­rém, vão disputar 22 vagas, já que a Câmara acatou emenda à Lei Orgânica do Município (LOM) – a chamada “Consti­tuição Municipal” – e reduziu o número de cadeiras. Segun­do dados de maio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ci­dade tem 442.325 eleitores.

A PEC foi relatada pelo Se­nador Weverton Rocha (PD­T-MA). O relatório também confere ao TSE a prerrogativa de definir os horários de fun­cionamento das sessões elei­torais, bem como eventuais medidas de distribuição dos eleitores nas sessões para mi­nimizar os riscos de aglomera­ção nos dias de votação.

O relator também atendeu a um pedido do presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, e deixou uma espécie de “jane­la” que dá poderes ao tribunal para fazer nova alteração na data das eleições, de forma pontual, em municípios nos quais ainda se verifiquem con­dições sanitárias arriscadas. Caso o adiamento, em virtude da pandemia da covid-19, for necessário em todo um estado, a autorização de novo adia­mento deverá ser feita pelo Congresso Nacional. Esses adiamentos só poderão ocor­rer até 27 de dezembro.

Além disso, o TSE também poderá ampliar hipóteses de justificativa eleitoral nos casos em que a epidemia não desa­celere e eleitores não se sintam seguros a sair para votar. O próprio relator sinalizou posi­tivamente sobre a possibilida­de do Congresso, caso seja ne­cessário, aprovar anistia para os que não forem votar.

Rocha passou a última sema­na conversando com médicos, epidemiologistas e membros do TSE, como o presidente da Cor­te, além de líderes da Câmara e do Senado. O Senado promoveu duas sessões de debates sobre o tema. A primeira teve a partici­pação apenas dos senadores. Já a segunda também teve a partici­pação de Barroso e de especialis­tas da área de saúde, bem como de advogados e do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glaude­mir Aroldi.

Após ouvir todas as opi­niões por vários dias, Rocha finalizou seu relatório. Ele alte­rou a proposta original da PEC 18, que propunha a realização do primeiro turno no dia 6 de dezembro. “Essa ideia não saiu daqui do senado. Fomos pro­vocados pela realidade que es­tamos vivendo. Não se trata de uma questão política, se trata de uma questão sanitária”, dis­se durante a sessão de ontem.

Alguns senadores apresen­taram emendas para o relató­rio. Dentre elas, a realização do primeiro turno em dois dias, em vez de um; e a instituição do voto facultativo no Brasil. O relator rejeitou as propostas. “Tomar essa providência nesse momento poderia representar sério desincentivo à participa­ção dos eleitores”, argumentou Rocha ao rejeitar a sugestão de voto facultativo.

Alguns senadores sugeri­ram o adiamento das eleições por dois anos, com a conse­quente prorrogação do mandato dos atuais prefeitos e vereadores, para estabelecer a coincidência de mandatos destes com gover­nadores, deputados estaduais, federais, senadores e o presiden­te da República. “Há incertezas científicas em relação a essa pandemia. E há certezas, como o isolamento social como sendo a melhor forma de prevenção. Isso me põe a afirmar que a realização de eleições este ano são uma temeridade”, disse o líder do Democratas, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

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