O inverno traz tempo seco e ventos propícios e, mesmo com o isolamento social, crianças, adolescentes e até mesmo adultos aproveitam esta época do ano para ir às ruas e empinar pipas. Popular entre todas as idades e culturas, a inocente brincadeira infantil perde um pouco de seu colorido com os acidentes que ocorrem nas proximidades das redes de energia elétrica.
Segundo a CPFL Paulista, concessionária de energia que atende cerca de 310 mil unidades consumidoras em Ribeirão Preto e mais 4,2 milhões de clientes em outros 233 municípios, a incidência de acidentes com pipas na metrópole saltou de 24 entre abril e maio do ano passado para 42 no mesmo período de 2020, aumento de 75%, mesmo com a quarentena imposta pela pandemia.
Atualmente, são 21 acidentes por mês, um a cada 34 horas, em média. Em 32 cidades da macrorregião de Ribeirão Preto, segundo a CPFL Paulista, a quantidade de ocorrências passou de 72 no mesmo período de 2019 para 177 entre 1º de abril e 31 de maio deste ano, 105 a mais e aumento de 145,8%.
Um levantamento realizado pela companhia, em toda a sua área de atuação (234 cidades), identificou o triplo de interrupções no fornecimento causadas elas entre abril e maio de 2020 – período da quarentena imposta pelo novo coronavírus – em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 832 registros em dois meses contra apenas 283 em abril e maio de 2019, alta de 194% e 549 ocorrências a mais.
Ribeirão Preto responde por 5% do total de acidentes e região, por 21,3%.
Atenta à segurança da população e à qualidade do fornecimento de energia para seus clientes, a CPFL Paulista, por meio da campanha Guardião da Vida, alerta para estes casos de falta de energia provocados pelas pipas. Na região mapeada pela concessionária, Altinópolis, Colômbia, Pontal e Taiúva não registraram interrupção neste ano contra uma em 2019.
A região de Franca também acompanhou o movimento, com 39 interrupções por pipa registradas em abril e maio deste ano e apenas seis ocorrências no mesmo período do ano passado. A cidade com mais casos em 2020 é Franca (20), seguida por Batatais e Guará (quatro cada).
Um brinquedo inofensivo que traz transtornos quando utilizado de forma inadequada, podendo provocar acidentes graves e até fatais e corte no fornecimento de energia. Muitas pipas ficam enroscadas nos fios e causam interrupções nos meses seguintes. Isso ocorre porque a linha e a estrutura da pipa, enrolada nos cabos elétricos, se tornam condutoras de energia quando chove.
Os desligamentos e os acidentes causados pelas pipas podem ser evitados com alguns cuidados simples. É importante escolher um local longe da fiação elétrica, como campos abertos e parques, fugindo do entorno de rodovias ou das avenidas de intenso movimento, onde também podem acontecer os atropelamentos.
Não tente resgatar uma pipa enroscada na rede elétrica, pois além de provocar desligamentos no fornecimento de energia pode causar acidentes, com vítimas fatais. O ideal é soltar pipas longe da rede elétrica. Se acontecer de o brinquedo ficar preso em um fio, a melhor atitude é dá-lo como perdido.
Além disso, vale destacar que no estado de São Paulo é crime de acordo com a lei estadual nº 12.192, de 2006, usar o cerol ou a chamada “linha chilena”. Por conduzirem eletricidade, em contato com a rede elétrica, aumentam o risco de choques. Por conta do seu poder cortante, essas linhas podem romper os cabos da rede e provocar curtos-circuitos, além de colocar em risco a vida de ciclistas e motociclistas.
Acidentes com pipas na região