A pandemia do novo coronavírus já fez o comércio varejista brasileiro acumular uma perda de R$ 200,71 bilhões, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A estimativa considera o volume que deixou de ser vendido desde o início das medidas de isolamento social contra a disseminação da covid-19, na segunda quinzena de março, até a primeira semana de junho.
“Essa perda corresponde ao varejo ampliado (que inclui as atividades de veículos e material de construção). Ela equivale a mais de um mês inteiro de vendas. Por mês, o varejo ampliado fatura cerca de R$190 bilhões”, comparou o economista Fabio Bentes, responsável pelo estudo da CNC.
A CNC prevê uma retração recorde de 8,7% do volume de vendas do comércio varejista ao fim de 2020. Para o conceito ampliado, o recuo esperado é de 10,1%. “Esse cenário contempla a flexibilização contínua e gradual da quarentena. Caso a pandemia reacelere, as perdas serão maiores”, alertou Bentes.
O número de transações no e-commerce brasileiro vem crescendo nos últimos meses, mas 62% dos consumidores brasileiros ainda preferem as compras presenciais a outras modalidades de consumo, tais como compras em websites (9%), por meio de aplicativos (5%), redes sociais (4%) etc. Os dados são de uma pesquisa da CNC conduzida em 2019.
Em fevereiro de 2020, a média diária de transações no e-commerce no País era de aproximadamente 650 mil operações. Em março, o quantitativo diário médio subiu para 720 mil compras, avançando para 970 mil em abril e 1,2 milhão em maio, um crescimento de 122% em relação ao mês de maio de 2019.
Segundo os dados atualizados semanalmente pela CNC, dos R$ 200,71 bilhões de vendas perdidas pelo varejo brasileiro desde o agravamento da pandemia no Brasil, 91,7% (R$ 184,1 bilhões) se concentraram no varejo considerado não essencial.