Tribuna Ribeirão
Política

Assistência Social – Cestas básicas foram doadas, diz secretário

ALINE PEREIRA/ CÂMARA

O secretário municipal da Assistência Social, Guido Desinde Filho, afirmou nesta terça-feira, 16 de junho, em depoimento na Câmara de Ve­readores, que desde o decreto do estado de calamidade pú­blica em Ribeirão Preto, no dia 23 de março, a prefeitura não comprou nenhuma cesta bási­ca com recursos próprios para atender famílias em situação de vulnerabilidade econômica e social.

Ele prestou depoimento em sessão extraordinária provocada graças a um projeto de resolução da Mesa Diretora do Legislativo, a partir de requerimento de Jean Corauci (PSB). Desinde Filho afirmou que todas as cestas entregues neste período pelo município foram viabilizadas graças às doações recebidas de empresas, particulares ou do governo do Estado.

Até o momento, segundo ele, teriam sido distribuídas 9.750 mil pela Secretaria de Assistência Social e cinco mil pela da Educação. Diz ainda que, em período normal, ou seja, an­tes da pandemia, a Secretaria de Assistência Social comprava 250 cestas básicas para as famí­lias cadastradas nos programas sociais da prefeitura.

Jean Corauci diz ter ficado espantado com a quantidade de cestas adquiridas por mês pelo município. “Numa cidade com 700 mil habitantes, a As­sistência Social compra e aten­de apenas 250 famílias”, explica. Sobre a aquisição com recursos próprios, o secretário garantiu que o processo de compras de dez mil cestas básicas está em andamento, mas não deu data para conclusão do processo.

Alessandro Maraca (MDB) diz que o secretário não res­pondeu a sua pergunta, sobre quando ele solicitou ao gover­no a compra destas cestas bási­cas. “Um absurdo o secretário não responder sequer quando iniciou o processo de compras. Mas o fato é que até hoje não comprou e um processo de dispensa de licitação poderia ser aplicado nesse caso”, diz.

Sobre não ter utilizado a dispensa de licitação para comprar as cestas básicas e, assim, agilizar o processo, Re­nato Zucoloto (PP) lembrou que para comprar outros itens, como milho de pipoca, a pre­feitura utiliza esta permissão. “Já que não conseguem com­prar alimento por dispensa de licitação durante a pandemia, seria bom a prefeitura comprar bíblias. Assim daria para as fa­mílias carentes ler e rezar para Deus ajudá-las”, ironiza.

Os vereadores decidiram convocar o secretário porque, segundo eles, até o momento não houve qualquer prestação de contas por parte da prefeitu­ra sobre o assunto. Dizem que centenas de famílias teriam procurados os Centros de Re­ferência de Assistência Social (Cras) da cidade sem conse­guirem receber o benefício.

Oficialmente a prefeitura afirma que desde que a cam­panha “Ribeirão Solidária” foi criada para atender famílias em situação de vulnerabilidade durante a pandemia conseguiu arrecadar alimentos, produtos básicos de higiene e contribui­ções em dinheiro.

De acordo com a prefeitura em pouco mais de dois meses – a campanha começou no dia 27 de março – já foram arre­cadadas cerca de 16 mil cestas básicas, mais 9.712 do gover­no de São Paulo – que já estão sendo entregues pela Ação Ali­mento Solidário – e R$ 150 mil em doações em dinheiro, que serão convertidos também em cestas básicas.

De acordo com Guido De­sinde Filho, para receber uma cesta a pessoa tem que ir a um dos setes Cras espalhados pela cidade. Lá a assistente social analisa a situação socioeconô­mica e decide se ela esta apta para receber ou não. Desde o começo da pandemia em me­dia três mil pessoas têm pro­curado os centros para tentar receber este auxílio.

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