Desde o dia 1º de janeiro e até quinta-feira passada, 28 de maio, Ribeirão Preto já somava 15.294 casos confirmados de dengue e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 23.609 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde.
A média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti – transmissor da doença, do zika vírus e da febres chikungunya e amarela – em 149 dias é de 102, quatro por hora. Até o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) já foi vítima do mosquito. Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue, a sexta em onze anos.
Dos 15.294 casos confirmados até agora, 2.935 são de janeiro, 6.179 de fevereiro, 4.592 de março, 1.278 de abril e 310 de maio. No mesmo mês de 2019 foram 4.840, queda de 93,6%, ou 4.530 a menos. O número de vítimas do Aedes aegypti em 149 dias deste ano está 27,1% acima das 12.033 pessoas infectadas nos primeiros cinco meses do exercício anterior, acréscimo de 3.261, e 6% acima do total de 2019 inteiro (14.421), com 873 a mais.
Em 2019, três pessoas morreram em Ribeirão Preto vítimas de dengue hemorrágica – a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Em 2020, já ocorreram cinco mortes, mas um caso é importado – no total, nove exames aguardam resultado e estão à espera de confirmação.
A menina Maria Gabriela Quintino, de oito anos, faleceu na metrópole vítima de hemorragia intestinal causada pela dengue, mas a infecção ocorreu em São Simão. Jacqueline Michele Jorge, de 26 anos, morreu em 2 de maio com quadro de dengue hemorrágica, segundo a SMS.
Estava internada no Hospital Santa Lydia desde 29 de abril, quando foi constatada a gravidade da doença. A paciente também apresentava quadro de síndrome respiratória aguda grave (Srag). No dia 6, o estudante de pedagogia Marlon Victor Barbosa Soares, de 25 anos, morreu vítima do Aedes aegypti – ainda aguarda confirmação.
Em fevereiro, Denis Bryan Souza Rodrigues, de 10 anos, também foi a óbito. Foi o primeiro caso de autóctone de morte na metrópole. Ainda em fevereiro, Ribeirão Preto registrou o segundo caso autóctone de morte por dengue hemorrágica. Laurindo de Felippo, um senhor de 72 anos que estava internado havia três dias na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), não resistiu.
Neste ano, a maioria das vítimas do mosquito tem entre 20 e 39 anos (5.618). Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (3.792), jovens de dez a 19 anos (2.453), idosos com mais de 60 anos (1.700), crianças de 5 a 9 anos (1.014), de um a quatro anos (560) e menores de um ano (157). Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Oeste (3.783), Leste (3.368), Norte (3.197), Sul (3.196), Central (1.747) e três não têm identificação de distrito.
Quatro vezes mais casos – Ribeirão Preto acumula 138.579 casos de dengue e pelo menos cinco grandes epidemias em pouco mais de onze anos, desde 2009. Pior: o número de vítimas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, pode ser quatro vezes superior e passar de 550 mil, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. Um estudo divulgado durante as últimas epidemias indica que, para cada caso confirmado da doença, outros três não são notificados.
Neste caso, o número de infectados pode chegar a 554.3162 pessoas em onze anos. Ribeirão Preto não tem casos de chikungunya, zika vírus e febre amarela neste ano, mas tem cinco de sarampo confirmados e investiga mais dois – doze já foram descartados –, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde.