Tribuna Ribeirão
Saúde

Potencial vacina vai ser testada no Brasil

DADO RUVIC/REUTERS

A vacina contra a covid-19 que está sendo desenvolvida na Universidade de Oxford, no Rei­no Unido, será testada também no Brasil, conforme publicação na noite de terça-feira, 2 de ju­nho, no Diário Oficial da União. Considerado um dos mais pro­missores, o imunizante já está na fase três de testes, em que dez mil pessoas serão testadas para se avaliar a eficácia do produto.

Das mais de 70 vacinas em desenvolvimento em todo o mundo, é a que se encontra em estágio mais avançado. Segun­do a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), duas mil pessoas participarão dos testes, que serão feitos também com apoio do Ministério da Saúde. A testagem vai começar ainda nes­te mês e conta com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Serão escolhidos mil volun­tários em São Paulo e outros mil no Rio de Janeiro. A articulação para a vinda dos testes ao Brasil contou com a liderança da Pro­fessora Doutora Sue Ann Costa Clemens, diretora do Instituto para a Saúde Global da Univer­sidade de Siena e pesquisadora brasileira especialista em doen­ças infecciosas e prevenção por vacinas, investigadora do estudo.

“O mais importante é reali­zar essa etapa do estudo agora, quando a curva epidemiológica ainda é ascendente e os resulta­dos poderão ser mais assertivos”, diz a coordenadora do Centro de Referência para Imunobio­lógicos Especiais (CRIE), da Unifesp, Lily Yin Weckx, que é a investigadora principal do es­tudo, segundo comunicado da universidade.

Os mil voluntários selecio­nados em São Paulo devem estar na linha de frente do combate à covid-19, pois estão mais expos­tos à doença, mas não podem ter entrado em contato com a covid-19. De acordo com a Uni­fesp, os testes, que serão finan­ciados pela Fundação Lemann, contribuirão para o registro da vacina no Reino Unido, previsto para o final deste ano.

O registro formal, entretan­to, só ocorrerá após o fim dos estudos em todos os países par­ticipantes, disse a universidade. Segundo a Anvisa, o pedido para realização dos testes foi feito junto à agência reguladora pela empresa AstraZeneca do Brasil, controlada pelo conglo­merado farmacêutico Astra­Zeneca, e busca “determinar a segurança, eficácia e imunoge­nicidade da vacina”.

“Os estudos iniciais não clí­nicos em animais e os estudos clínicos de fase 1 em humanos para avaliar a segurança da vaci­na foram realizados na Inglater­ra e os resultados demonstraram que o perfil de segurança da va­cina foi aceitável”, disse a Anvisa.

Com as epidemias de co­vid-19 no Reino Unido, na Eu­ropa continental e nos Estados Unidos caindo do pico e as taxas de transmissão do coronavírus em queda nesses lugares, uma importante tarefa para os cien­tistas tem sido buscar locais com surtos ativos da doença e buscar voluntários em países onde a doença ainda está em alta.

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