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Cuidado: tirem as crianças da sala

Quando meu avô, porteiro do 2º Grupo Escolar (da Amador Bueno) levou um menino vindo de Sacramento (MG) para ser re­gistrado com o nome de Ariclenes, nem se imaginava que estava ali quem Fernando Henrique Cardoso e Mario Covas viriam escolher para um dia ser Presidente da República. Mais tarde, com certidão de nascimento, foi trabalhar na Cervejaria Antarctica. Conheceu São Paulo e virou o ator Lima Duarte, do Zeca Diabo e outros. Depois de três casamentos, aos 90 anos, mora num sítio de SP.

Certa vez FHC esperou terminar gravação da novela e o levou em seu carro até Mário Covas. Horas depois telefonou agradecendo convite para ser vice na chapa “tucana”. Brasília não o atraía. Sua arte é outra, a política não o seduz, nem só por dois meses, como Regina Duarte – que não é sua filha, nem a Débora, também atriz.

A vaidade não o distancia das convicções pessoais, prefere o mundo real da formação cultural que começou aqui. O impulso do ego levou Regina a perder o “respeitável” salário da Globo (sem trabalhar), amargar críticas dos artistas (nunca satisfeitos) e carregar a decepção da vida política. A dela é a dramaturgia. No Ministério meio “a distância”, mais ausente que o normal, sem estrelar como defensora do presidente, foi afastada: perdera a hora de dizer NÃO.

Mas evitou o desprazer de estar na “incrível” reunião de 22 de abril. Aquela que o Brasil viu e ouviu (por vídeo) e conheceu os verdadeiros “bastidores do Poder”.

Mesa de duas pernas, cúpula na cabeceira, e um inflamado co­brando apoio e “puxando a orelha” dos seus comandados, em tom que nenhum líder adota, ferindo as mais elementares regras da liderança de equipe. Ainda mais com gente de alto nível – perdão, nem todos.

Um festival de maus exemplos, de Bolsonaro e alguns ministros: o da Educação fala em vagabundos (quem?) e pede prisão da alta Corte de Justiça (Supremo ); a Damares diz que vai prender go­vernadores; o do Meio Ambiente quer aproveitar a pandemia para esconder as reformas que os brasileiros não devem saber. Transpa­rência e moralidade não interessam.

Sem pauta, a reunião semanal de 2019, depois mensal, agora nunca mais, disse Bolsonaro nas entrevistas ao “ar livre”: “cale a boca”, essa pergunta “é palhaçada”. Michel Temer tem recomendado ser organizado, preparar entrevistas, usar porta-voz e extinguir esta matinal. É receita para não expor suas “qualidades” (será?).

Bolsonaro lembra o Figueiredo (mesma origem), dizia “eu bato, arrebento”; “prefiro o cheiro dos cavalos” ao dos humanos; “tirem essa negrinha da Globo daqui” (Glória Maria). O atual parece não ser diferente e quer o povo armado!

Nesta reunião do vídeo usou todo o seu repertório de palavrões grosseiros, agressivos, impróprios para qualquer botequim de baixo nível. Inacreditável para uma reunião de quem nos governa. Collor bravio, Dilma palavrões. Que diferença de Juscelino Kubitschek, Sarney, FHC, Temer, até o da “querida” (Lula)!É de envergonhar.

A TV não conseguiu excluir os palavrões, programas das 18 horas (censura livre) foram ao ar sem cortes. Então temos que ser censores: tirem as crianças da sala.

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