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Hora de acabar com a farra

A pandemia vai passar. Vamos vencer esse vírus. Todos temos ciência que isso vai acontecer com cada um fazendo a sua parte. Porém, muitos problemas vão ficar por causa da farra da covid-19. Nossos governantes estão abusando dos poderes do estado de calamidade pública, fazendo contratos com dispensa de licitações e para ajudar amigos. Esse vírus chegou a Ribeirão Preto.

Enquanto comerciantes fecham as portas em uma dose gi­gantesca de sacrifício para diminuir a disseminação do vírus, tem empresário ganhando contrato gordo às custas do temor da pandemia. Curiosamente, ele é amigo íntimo do prefeito Duarte Nogueira, dono da chave que abre os cofres públicos. Também é “irmão” do secretário de Saúde, Sandro Scarpelini. Todos fazem parte da mesma Loja Maçônica.

Para quem ainda não sabe, vou fazer um resumo: a Secretaria de Saúde alugou quatro ambulâncias por quatro meses. O contrato assinado é de R$ 1,1 milhão. Detalhe é que a empresa escolhida é de uma pessoa muito próxima do pre­feito, irmão de maçonaria, cabo eleitoral e que já trabalhou na Coderp na gestão tucana de Roberto Jábali. O próprio Duarte Nogueira confessou, em coletiva na segunda-feira, que Anibal Carneiro é sim amigo dele, mas disse que isso não interfere em nada a posição do governo.

Agora gostaria de fazer uma pergunta para o prefeito elei­to para defender o interesse da população e não de colegas, irmãos de maçonaria: se a amizade não interfere, porque a Prefeitura de Ribeirão Preto aceitou calada o fato das quatro ambulâncias estarem na garagem da empresa, sem utilização alguma, na última sexta-feira? O flagra ocorreu ao meio-dia do dia 24 de abril, uma sexta-feira. Todas as ambulâncias, contratadas para estarem à disposição 24 horas por dia, todos os dias da semana, estavam paradas. Sem fazer nenhum aten­dimento. Será que esse contrato foi realmente necessário?

O contrato é tão nebuloso que a Prefeitura diz que precisa de quatro ambulâncias de forma urgente, para rodar até 7 mil quilômetros por mês, por conta da perspectiva que os núme­ros da covid seriam altíssimos. Porém, no mesmo contrato, a Secretaria de Saúde diz que só iria precisar de forma imediata de duas ambulâncias. Então, por que se pagar mais de R$ 1 milhão por quatro ambulâncias?

O que revolta ainda mais é saber que no pátio das am­bulâncias de Ribeirão Preto existem três veículos prontos, zero quilômetro, que não são utilizados porque não têm a documentação pronta. Tudo parado porque o prefeito Duarte Nogueira não consegue resolver entraves burocráticos.

Triste ver que no momento de maior preocupação com a saúde, fatos nebulosos surjam. A impressão que esse governo, que prometeu AMEs e atendimento diferencia­do, só pensou na saúde em um único momento: na hora de ajudar um irmão.

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