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Adoção de animais domésticos é opção em meio ao isolamento social

© Fábio Pozzebom/Agência Brasil

A solidão do isolamento social tem levado muita gente a adotar um animal de estimação para ter companhia e distração nesta fase difícil. É comprovado que o contato com os bichinhos ajuda na produção de endorfina e serotonina, que atua no cérebro regulando humor, sono, apetite e reduzindo as taxas de cortisol, relacionado ao estresse.

Levantamento feito em 2009 pela Universidade de Azabu, no Japão, mostra que quando donos de animais olham nos olhos dos seus bichos de estimação, eles recebem picos de ocitocina. Considerado o hormônio da felicidade, é responsável por sensações de prazer e bem-estar. Aliás, esse é um dos motivos pelos quais a companhia de cães e gatos é uma opção neste cenário de isolamento, uma vez que eles podem ser verdadeiros aliados no combate à ansiedade, estresse e solidão, em especial para pessoas idosas, solteiras, crianças e portadores de necessidades especiais.

No entanto, a médica veterinária Érica Versiani Lima alerta para as responsabilidades ao se adotar um bichinho de estimação. “Cães e gatos são vidas e não um brinquedo ou uma distração. Junto com a alegria da adoção, vêm também gastos e trabalho. Um animal precisa ser vacinado, vermifugado, precisa de exames de rotina, assim como nós, seres humanos! Além de todos os outros cuidados, como alimentação de qualidade, passeios, atenção. É maravilhoso esse [aumento] crescente na adoção de animais de companhia, tanto para os animais, que ganham um lar, quanto para os humanos adotantes, que ganham uma alegria”.

Érica, que atende em domicílios em Brasília, explica que os novos tutores devem pensar em longo prazo e não somente em uma distração para essa época de isolamento. “Uma vida inclui a fofura do filhote, a companhia e o amor incondicional de um bichinho, mas inclui também o xixi no lugar errado, a adaptação do animal com o novo ambiente, as comorbidades da velhice, entre outros. Uma adoção deve ser muito bem pensada.”

A veterinária diz que o abandono é uma preocupação de veterinários e dos protetores de animais e aconselha: “Ao adotar, seu coração tem de estar aberto para o que vier. E virão alegrias, tristezas, trabalho, muito trabalho. Deve-se estar ciente de que a adoção é a chegada de um novo integrante para a família e quando passar a época de isolamento e os tutores voltarem as suas vidas rotineiras, o animal adotado continuará sendo um membro daquela família. Você não devolve uma vida para o abrigo ou para a rua”.

Cuidados com os animais durante a pandemia

Os cães e gatos não transmitem o coronavírus, porém podem carregar partículas contaminadas nos pelos e patas, assim como os humanos podem carregar nos sapatos, mãos, roupas. Por isso, os cuidados com os animais não diferem muito dos cuidados que as pessoas devem ter, orienta a veterinária. “Ao voltar do passeio com o cachorro, lave as patas dos animais com água e sabão. Eu indico a higienização com água e sabão sempre que possível, porque, além de ser eficaz para a prevenção do coronavírus, é o método que menos agride a pele do animal. O álcool 70° pode ser usado também, mas ele pode ressecar o pelo do animal, se usado com muita frequência. Quanto à pelagem do animal, não tem problema passar o álcool para prevenir qualquer partícula contaminada nos pelos”.

Como não se pode dar banho no animal todos os dias, pois tira a defesa da pele, altera o Ph e pode acabar por predispor uma dermatite, o que pode ser feito é usar o álcool 70°, indica Érica. “O mais adequado seria passar o álcool apenas nos pelos, evitando a pele do animal. Eu tenho indicado o uso do álcool líquido em um pano e a fricção leve com o pelo do animal.”

“Um cuidado que temos de ter nos passeios com os pets é evitar o contato com outros animais e humanos. Passear somente o tempo necessário para que o animal faça as necessidades e tenha distração. Indicamos que se evite levar os animais para quadras ou locais de encontro com outros pets. A aglomeração deve ser evitada para os animais também.”

Adoção em São Paulo

Frente à pandemia de covid-19 e diante da declaração de estado de emergência no município de São Paulo, a visitação dos animais para adoção está suspensa no Centro Municipal de Adoção de Cães e Gatos da capital. Mas o processo para adotar um “amigo peludo” continua, porém, adaptado para o período de isolamento social.

O primeiro passo é buscar o serviço “Adotar cães e gatos” no menu do Portal SP156. Ali mesmo há um link que dará acesso à galeria de imagens e informações sobre os animais disponíveis para adoção.

Em seguida, basta preencher um formulário online descrevendo, entre outras informações, o nome ou perfil do animal que deseja adotar. Se não for detectada nenhuma incompatibilidade, o processo de adoção prossegue.

No dia agendado para interação e conclusão do processo, o tutor deverá providenciar uma coleira, no caso de cães, ou uma caixa de transporte, para gatos, além do pagamento de taxa administrativa de R$ 25,50 por animal adotado. O Centro Municipal de Adoção de Cães e Gatos está localizado à rua Santa Eulália, 86 – Portaria 2, no bairro de Santana, em São Paulo.

Todos os animais disponíveis para adoção estão castrados, vacinados, vermifugados, identificados por microchip e possuem Registro Geral do Animal (RGA), conforme Lei Municipal nº13.131/01. O centro conta atualmente com 240 animais disponíveis para adoção (160 cães, 69 gatos, 8 cavalos, 2 porcos e 1 bode).

Edição: Maria Claudia

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