O surgimento do novo coronavírus identificado em dezembro do ano passado na China e sua disseminação por todo o mundo trouxe consequências drásticas no modo de viver das pessoas. Entre essas mudanças, uma das mais dramáticas foi a necessidade de isolamento social, isto é, as pessoas tiveram a necessidade de ficar em casa. Só que nos dias de hoje o mundo é diferente.
Houve a globalização em que a famosa tese é de que o mundo se transformou numa aldeia global, isto é, tornou-se pequeno. As pessoas passaram a se deslocar de um local para outro com a maior facilidade. O novo coronavírus parece ter interrompido esse modo de viver, até quando ainda não é possível saber. O que parece certo é o fato de que as pessoas precisam ficar em casa, daí surge uma nova maneira de se viver.
E isso trouxe um grande impacto na vida de todos nós e esse é o objetivo de nosso trabalho aqui no Tribuna para as próximas semanas: avaliar o impacto do novo coronavírus na saúde mental. Antes, porém como já estamos habituados a fazer, mostramos a situação do mundo, do Brasil e do estado de São Paulo e de nossa cidade e região em relação ao novo coronavírus, pois consideramos útil para os nossos leitores. Continuamos a formatar as nossas ideias segundo o modelo de perguntas e respostas.
01) Nos últimos oito dias qual é a situação do mundo em relação ao novo coronavírus?
De um modo geral houve uma piora, não obstante, tenha havido algumas melhoras pontuais como na própria China e países vizinhos. Já na Europa Ocidental principalmente no Reino Unido e França está sendo registrado grande aumento do número de infectados e de óbitos. Itália e Espanha os aumentos persistem, mas em uma escala menor do que antes. Já outro fato bastante significativo é o enorme aumento do número de contaminados e de mortes ocorridos na Rússia. Agora, o fato que mais chama a atenção é a presença do vírus e da doença nos Estados Unidos. Nesse país o número de infectados supera um milhão e quinhentos mil casos e o número de americanos mortos já se aproxima dos cem mil.
02) E no Brasil. qual é a situação nos últimos oito dias?
Vai indo muito mal a situação do nosso país. Já havíamos comentado aqui mesmo nesse espaço a triste situação do Brasil, onde medicina, ciência e política se misturaram trazendo enormes prejuízos para os brasileiros. O ponto culminante dessa triste ocorrência é que a saúde está sem rumo. Sequer temos um Ministro da Saúde. Essa é uma situação absolutamente desastrosa em um momento em que chegamos a atingir mais de mil mortes em 24 horas. Deplorável. E esses fatos são os responsáveis por já termos 271 mil infectados e mais de 18 mil brasileiros já morreram dessa doença.
03) E nos últimos dias, qual é a situação do estado de São Paulo e de Ribeirão Preto em relação ao novo coronavírus?
É muito ruim no estado de São Paulo. O número de infectados e de óbitos está aumentando consideravelmente. E o pior é que inicialmente a doença estava concentrada na capital, agora se disseminou pela região metropolitana, baixada santista e vem se alastrando pelo interior chegando a atingir as pequenas cidades. Na região de Ribeirão Preto, estávamos tendo um número relativamente pequeno, nos últimos dias houve um aumento considerável do número de casos de infectados e de óbitos o que torna-se preocupante para todos nós.
04) Essas mudanças no estilo de vida das pessoas causadas pelo novo coronavírus em que as pessoas tiveram que ficar em casa, podem afetar a saúde mental?
Podem sim. E afetam muito, pois as pessoas tinham um estilo de vida livre, em curto espaço de tempo tiveram suas vidas profundamente modificadas. Pessoas que já eram portadoras de algum transtorno mental podem ter as suas doenças agravadas devido ao impacto dessas mudanças. A depressão, por exemplo, uma doença bastante comum na população, pode se agravar e o impacto dessas mudanças pode desencadear o seu aparecimento em pessoas suscetíveis. (Continua na próxima semana)