Tribuna Ribeirão
Cultura

Morre o ator Michel Piccoli

Foi-se Michel Piccoli, aos 94 anos. Ator gigante do ci­nema francês e mundial, fez papéis inesquecíveis em fil­mes de Jean-Luc Godard (“O desprezo”), Luis Buñuel (“A bela da tarde”), Manoel de Oliveira (“Vou para casa”) e Nanni Moretti (“Habemus papam”). O cinéfilo vai lem­brar dele como o marido de Brigitte Bardot em “O des­prezo”, considerado senão o melhor pelo menos o mais belo dos filmes de Godard.

Ou o perverso amigo de Catherine Deneuve em “A bela da tarde”. Ou, já idoso, como o comovente personagem dese­nhado por Manoel de Oliveira em “Vou para casa”. E, mais re­centemente, como o papa em crise de “Habemus papam”, do italiano Nanni Moretti.

Nunca foi um galã, mas de­fendia-se com seu talento. Mi­nimalista e exata, sua interpre­tação torna-se marcante pela concisão de gestos, expressões e voz. Foi desses atores que, pela força da personalida­de, tornam-se coautores das obras das quais participam.

Segundo o jornal fran­cês “Libération”, a notícia da morte foi dada por Gilles Ja­cob, ex-presidente do Festival de Cannes e amigo do ator: “Michel Piccoli faleceu em 12 de maio, nos braços de sua mulher Ludvine e seus filhos Inord e Missia, de consequ­ências de um acidente vascu­lar cerebral”.

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