O número de pessoas infectadas com o novo coronavírus, em Ribeirão Preto, saltou de 370 para 409 em 24 horas. Entre segunda-feira (11) e esta terça-feira, 12 de maio, foram confirmados mais 39 casos de covid-19, aumento de 10,5%, recorde diário – o anterior havia sido registrado em 31 de março, de 23 ocorrências. A Secretaria Municipal da Saúde ainda aguarda o resultado de 497 exames que estão represados nos laboratórios.
A cidade tem dez mortes na cidade em decorrência da doença e a taxa de letalidade está em 2,5%, depois de chegar a 2,7% anteontem, bem abaixo dos índices mundial (7%), nacional (6,8%) e estadual (8,3%). Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a cidade já recebeu 1.920 notificações de supostas ocorrências da covid-19.
Os dados foram divulgados no Boletim Epidemiológico, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde. A incidência de mortes da covid-19 em Ribeirão Preto é de 1,3 óbito por 100 mil habitantes. O crescimento do número de casos confirmados, segundo o secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, é justificado pelo aumento na capacidade de testagem do município, sendo que até os pacientes com sintomas leves de síndrome gripal estão sendo testados nos postos do município.
“Na nossa série histórica, o maior número registrado antes tinha sido 23 casos, no dia 31 de março. Existe uma diferença muito grande entre esses números, porque antes a ordem era colher só Srag (síndrome respiratória aguda grave), ou seja, casos graves. Quem estava com sintoma de gripe, era para ficar em casa. Agora, como estamos testando todos os sintomas gripais, estão surgindo mais casos positivos, porém mais leves”, disse em entrevista coletiva, ressaltando que 37 dos 39 novos pacientes da covid-19 têm quadro leve da doença.
Ribeirão Preto já tem 85 casos confirmados se síndrome respiratória aguda grave (Srag), segundo o Boletim Epidemiológico, 75 são de Sars-Cov-2 (coronavírus) – 27 de março, 40 de abril e oito de maio. Os outros dez são de influenza: cinco de Flu B, três não identificados (“Srag A não subtipado”), um de H3N2 e um de H1N1.
Quatro destes casos resultaram em mortes, um pelo vírus H3N2, outro pelo Flu B e dois não identificados (“não subtipado”). Em 2020, a Secretaria da Saúde recebeu 508 notificações de Srag. No ano passado inteiro foram 273, contra 346 de 2018. Ribeirão Preto fechou 2019 com 13 mortes por Srag. Foram sete óbitos por H1N1, quatro por H3N2 e dois não subtipados. Em pouco mais de cinco anos, Ribeirão Preto acumula 66 óbitos por Srag – outra morte atribuída à dengue aguarda o resultado do exame.
As vítimas fatais da covid-19 são seis homens (60%), de 36 anos, 57, 73, 76, 79 e 87 anos, e quatro mulheres (40%), de 51 anos, 70, 88 e 89 anos de idade. Nove tinham alguma comorbidade como doença cardiovascular, crônica, diabetes, pneumopatia, doença neurológica crônica, imunodeficiência e doença renal crônica (90%). Apenas o homem de 76 anos não tinha doença autoimune. Duas pessoas tinham menos de 60 anos (20%) e oito eram sexagenárias (80%).
O inquérito avaliaou a prevalência de marcadores virológicos e sorológicos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na população de Ribeirão Preto. O estudo constatou que 1,21% dos mais de 700 entrevistados estão com a covid-19. Com base nessa pesquisa, o Hospital das Clínicas e a Secretaria Municipal da Saúde estimam que 8.305 ribeirão-pretanos estejam com a doença.
O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) também falou, durante a coletiva, sobre a primeira reunião do Comitê Municipalista de Transição e Retomada, realizada na segunda-feira (11), com a presença do governador João Doria, do vice-governador Rodrigo Garcia, de dez secretários de Estado, incluindo o da Saúde, José Henrique Germann, e de Dimas Covas, presidente do Instituto Butatan e do Hemocentro de Ribeirão Preto, que assumiu temporariamente a coordenação do Comitê Técnico de Contingenciamento Estadual.
“O resumo que trago dessa reunião é que as condicionantes para a retomada das atividades nas cidades paulistas serão a redução do número de casos positivos de covid-19 de uma quinzena em relação à quinzena anterior e ocupação de, no máximo, 40% das vagas de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, informou o chefe do Executivo. Como não há vacina, não há remédio, a população ainda não tem imunidade de rebanho ou imunidade individual contra o novo coronavírus, a única saída apontada para o momento, segundo Nogueira, é cumprir os protocolos sanitários e fazer uso ostensivo de máscaras para enfrentar a nova realidade que virá pelos próximos meses.