A discussão pela volta ou não do futebol é bastante ampla e precisa ser avaliada em todas as suas esferas. Uma das situações que mais deveria chamar atenção dos dirigentes, mas que pouco tem sido citada, é a questão das categorias de base.
Coordenador técnico do Botafogo, Diego Cabrera, afirma que é necessário ter cuidado para discutir um retorno das atividades. Segundo o diretor, o Pantera conta com cerca de 30 jogadores na base, das mais variadas localidades do país.
“Nossos atletas são do Nordeste, Sul, Interior de São Paulo, Minas Gerais, Rio, então comparado com outros clubes, o número é menor, mas existe um risco grande também. A gente tem de ter um cuidado em falar de volta, alojar dentro do clube, são adolescentes, crianças, das mais variadas realidades sociais. Estamos há algum tempo neste isolamento social, liberamos eles para ficar no convívio com a família, a segurança de estarem em casa é maior do que estarem todos juntos. São 30 meninos que convivem e isso é perigoso, de acordo com os órgãos de saúde”, afirmou.
Cauteloso, Cabrera pontuou que é perigoso trazer os atletas durante o pico da pandemia e reiterou que as decisões devem ser tomadas com muita cautela.
“Trazer hoje, nesse pico de pandemia, é muito arriscado, perigoso, vamos seguir as determinações de saúde, dos órgãos. O próprio calendário do profissional está sem perspectiva, então a gente entende que a volta dos meninos tem de ser uma coisa bem pensada. Tem de ser realizada dentro das recomendações e priorizar a saúde dos meninos e de todos os funcionários. Muita calma, precaução, só voltar mesmo quando for prudente”, finalizou.