Ribeirão Preto saiu na frente em uma iniciativa inédita para ampliar as informações que temos sobre o número de casos do novo coronavírus na cidade. Numa parceria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Secretaria Municipal da Saúde e do Hospital das Clínicas, realizamos o Inquérito Covid-19, com coleta de material, no final de semana, de mais de 700 pessoas para testar sobre a presença da doença. Com base na amostragem, temos a informação de que em 2% da população há o vírus circulando.
Esta é mais uma informação para balizar nossas decisões de enfrentamento da doença e nortear medidas que podemos tomar para reduzir o contágio, como a boa e constante higienização das mãos, o distanciamento social quando possível e uso ostensivo de máscaras quando precisar sair de casa, medida que estabelecemos, de forma obrigatória, duas semanas antes que a decisão do governo do Estado entrasse em vigor. Temos trabalhado ainda com o recebimento diário de informações sobre a situação da cidade e análise de autoridades sobre o comportamento da crise de saúde que atinge todo o mundo.
Felizmente estamos conseguindo manter nossa curva de contágio achatada e um índice de letalidade considerado baixo, até agora, de 2,6%, com a morte de 1,14 pessoa por 100 mil habitantes. Em termos de comparação, no mundo temos letalidade de 7% e índice de indivíduos mortos para cada 100 mil habitantes de 3,36. No caso do Brasil, a letalidade é de 6,8% e de 3,56 mortos para cada 100 mil habitantes, estado de São Paulo 8,4% dos infectados foram a óbito e o número de mortes por 100 mil chega a 6,21 pessoas. Na cidade de São Paulo, que tem letalidade também de 8,4%, o número de mortes para cada 100 mil moradores chega a 13,74 pessoas.
Assim, temos uma baixa presença do vírus em nossa cidade, numa demonstração de que nossas estratégias de prevenção, de distanciamento social, medidas profiláticas e de controle da doença apresentam bons resultados. Certamente, hoje podemos dar notícias melhores quando falamos de número de infectados, por termos recebido boas informações das autoridades sanitárias e de saúde e por termos adotado as medidas necessárias à não proliferação da doença.
Nossa dobra de casos da doença, de 100 para 200, ocorreu em 14 dias. De 200 para 300 foram mais duas semanas. É a demonstração de uma curva de contaminação bem baixa, linear e estável, com a boa notícia de que a multiplicação de contágio está declinante. Diante das notícias alarmantes de outras localidades, podemos considerar que nossa cidade tem uma situação mais confortável. É evidente, no entanto, que não podemos esmorecer no combate, na prevenção e em todos os cuidados necessários à manutenção e melhoria dessa situação.
Nosso propósito neste momento é manter toda nossa estrutura tecnológica, todas as ações e investimentos já pensando para daqui a 30 dias, a 180 dias, daqui a dois anos, para que possamos nesse período que vamos conviver com essa doença no mundo todo, investir de maneira estratégica nas melhores estruturas e instrumentos de nossa gestão para o melhor manejo e prevenção em nossa cidade nos próximos anos.
Agora, por exemplo, temos 75% dos leitos de UTI para covid-19 desocupados, somados a 83% dos leitos de enfermaria também sem utilização neste momento. Ainda estamos abrindo mais 31 leitos de retaguarda. O município assumiu o prédio do Hospital Francisco de Assis e, em tempo recorde, a unidade teve toda a sua infraestrutura hospitalar restabelecida pela Secretaria Municipal de Saúde. A unidade servirá como retaguarda e, se for o caso, também para desinternar doentes de média e alta complexidades, caso sejam necessários mais leitos.
Assim, com boas informações técnicas, temos adotado as ações que têm se mostrado adequadas e, ao mesmo tempo, preparando ainda mais a nossa infraestrutura de atendimento para este período desafiador para todos.