A saúde financeira do Botafogo Futebol Clube, desde a formatação da Botafogo S/A, em 2018, passou a ser a preocupação central dos dirigentes do clube. Com poucas fontes de renda – o Tricolor fica somente com os valores que entram para a Pantera Shop, escolinha e as cadeiras cativas -, o BFC viu sua arrecadação cair para apenas nove mil reais no mês de abril.
Em entrevista ao programa Wsports News, o presidente do Botafogo, Osvaldo Festucci, afirmou que a situação financeira do clube é desesperadora. O dirigente também revelou que as dívidas trabalhistas do clube estão na casa dos R$ 30 milhões.
“A situação do Botafogo Futebol Clube é desesperadora. O clube tem uma dívida gigantesca. Para se ter uma ideia, o que teve de entrada nesse mês, na parte do FC, não passou de nove mil reais. A pergunta que eu faço é: como você paga 30 milhões, que você deve de fato, arrecadando nove mil? Essa conta eu não aprendi na faculdade”, disse Festucci.
A dificuldade se dá porque na formatação da Botafogo S/A, ficou acordado que todas as receitas oriundas do futebol entrariam para os cofres da empresa. Em contrapartida, todos os gastos com o departamento de futebol também são da S/A. A BFSA ficou responsável por pagar uma parcela mensal ao BFC pela cessão de superfície do estádio Santa Cruz, por conta da construção da Arena Eurobike.
Entretanto, os pagamentos foram suspensos no ano passado por conta de penhoras nas contas da S/A referentes a dívidas trabalhistas antigas do Botafogo Futebol Clube. A suspensão do repasse colapsou a situação financeira do Pantera.
O acordo, que foi anunciado oficialmente no dia 14 de maio de 2018, ainda gera discussão entre as partes e recentemente foi parar na Justiça. Um grupo de torcedores pede que a parceria entre BFC e Trexx Holding, empresa administrada por Adalberto Baptista, seja suspensa até que as partes entrem num acordo.
O grupo, que conta com ex-presidentes que participaram das negociações para formatação da S/A, reclama da falta de transparência nas tratativas. Sobre o acordo, Festucci afirmou que as negociações estão em andamento, mas o mandatário ressaltou que existe uma ‘ala’ dentro do clube que é contra um acordo com Baptista.
“O investidor não colocou valores maiores no Paulistão, exatamente porque estava aguardando o acordo que nós estávamos conversando. Desenhamos os ajustes nestes contratos, para ver se financeiramente o Botafogo conseguiria melhorar”, disse.
“Eu tenho contato com os dois lados, não tenho problema nenhum de relacionamento com ninguém. Mas, vocês sabem que existe uma ala muito grande contrária a um acordo com o investidor. Eu fico triste, eu tenho preocupação, sim, e não é só a longo prazo, é a curtíssimo prazo. Se não houver um acordo entre o Conselho, o BFC e o investidor, pode ter certeza, que lá na frente, o botafoguense pagará um preço muito alto. Nós corremos um risco muito grande de até perder o nosso patrimônio”, concluiu.