Segundo os dados do levantamento “Estatísticas da Criminalidade”, divulgados pela Secretaria de Estado da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) em seu site, a incidência de crimes contra o patrimônio recuou no primeiro trimestre deste ano em Ribeirão Preto, e quase todos os indicadores apresentaram queda na comparação com o mesmo período de 2019: furtos, roubos, furtos de veículos e roubos de veículos – a cidade registrou o mesmo número de homicídios e teve dois latrocínios (roubo seguido de morte) em 2020, contra nenhum do exercício anterior. As denúncias de estupro também retrocederam.
Nos primeiros trimestres de cada ano foram registrados nove homicídios na cidade, um a cada dez dias. Porém, em março deste ano, mesmo com a pandemia de coronavírus, foram quatro mortes contra nenhuma do mesmo mês de 2019. A cidade também registrou dois latrocínios em 2020, em fevereiro e março, crime que não ocorreu nos primeiros 90 dias do exercício anterior. No total, Ribeirão Preto soma onze assassinatos desde 1º de janeiro.
A ocorrência de estupros despencou 52,9%, de 17 para oito casos, nove a menos em três meses deste ano. Porém, em todas as denúncias feitas em 2020 as vítimas eram vulneráveis – crianças ou adolescentes –, enquanto que em 2019 oito eram menores de idade (47%). Foram duas denúncias em março deste ano, contra seis do mesmo mês do exercício anterior, quatro a menos e queda de 66,6%.
Os furtos de veículos recuaram 20,3% – baixaram de 457 para 364, com 93 a menos em 90 dias deste ano. A média diária caiu de cinco para quatro casos. Na comparação entre os meses de março, a queda em 2020 é de 26,5%, de 151 para 111, com 40 a menos.
Os roubos de veículos caíram 34,6%, de 179 ocorrências para 117, ou 62 a menos no primeiro trimestre de 2020. A média baixou de dois para um por dia. Na comparação entre os meses de março, a retração em 2020 é de 40,7%, de 54 para 32, com 22 a menos.
A má notícia é que o índice de recuperação de veículos pelas polícias Civil e Militar despencou 64,4%, de 323 em três meses de 2019 para 115, 208 a menos. A média diária recuou de três para um, aproximadamente. Em março deste ano, foram recuperados 32 carros, motos e afins, contra 103 do terceiro mês de 2019, recuo de 68,9% e 71 veículos a menos.
Os casos de furtos em geral recuaram 14,9%. A incidência baixou 2.498 primeiro trimestre de 2019 para 2.125, redução de 373. A média caiu de quase 28 por dia para 23. Em março deste ano a SSP-SP computou 559 ocorrências, contras 814 do mesmo mês do período anterior, queda de 31,3% e 255 denúncias a menos.
As ocorrências de roubo – quando a vítima sofre ameaça (entram na estatística os de carga e a bancos) – recuaram 28,5%. Caíram de 914 no primeiro trimestre do ano passado para 653 em 2020, com 261 a menos. A média diária baixou de dez para sete. Na comparação entre os meses de março, a retração é de 39,5%, de 324 para 196, com 128 a menos.
Balanços anuais
As taxas de homicídios, furtos e roubos por 100 mil habitantes e de furtos e roubos por 100 mil veículos são as mais baixas desde 2000. No ano passado foram registrados 42 homicídios na cidade, um a cada sete dias e meio, contra 46 de 2018, quatro a menos e queda de 8,7%. Ribeirão Preto registrou dois latrocínios, contra três do período anterior, um a menos e recuo de 33,3%. No total, foram 44 assassinatos em 2019, somando as duas modalidades de crime, e a maioria – 20, ou 45,4% do total – ocorreu na Zona Norte.
Foram seis homicídios nos Campos Elíseos (área do 2º Distrito de Polícia) e doze na região do Ipiranga (5º DP), além dos dois latrocínios do ano. Também houve quatro homicídios na Zona Sul (região do 4º DP, no Jardim América), cinco na Zona Leste (8º DP, Jardim Paulista) e doze na Zona Oeste (dez na área do 6º DP, Vila Virgínia, e dois na do 3º DP, na Vila Tibério), além de dois em Bonfim Paulista (7º DP) e um no Centro (1º DP).
Ribeirão Preto fechou o ano passado com taxa de 5,84 homicídios por 100 mil habitantes, a menor das duas últimas décadas – até então, o índica mais baixo havia sido constatado em 2017, de 5,89. O período mais violento ocorreu em 2000, com taxa de 43,23. Naquele ano, segundo o Ministério Público Estadual (MPE) e a SSP-SP, a cidade registrou 202 crimes de morte.
De acordo com o promotor Marcus Túlio Nicolino, um grupo de extermínio supostamente comandado pelo ex-policial civil Ricardo José Guimarães agia no município – o ex-investigador está preso, acumula 244 anos de cadeia em cinco condenações e ainda vai responder por mais cinco assassinatos. Ele nega todas as acusações.
Estupros
Segundo o levantamento, as denúncias de estupro despencaram 38,8% no ano passado, em comparação com o mesmo período de 2018. As ocorrências caíram de 121 para 74 (um a cada cinco dias), 47 a menos. Em 2019 foram 47 casos envolvendo vulneráveis (crianças ou adolescentes), 63,5% do total – contra 66 do ano anterior, 54,5% de todos os casos registrados. No período anterior a média era de uma denúncia de estupro a cada três dias. O número geral ficou 9,7% abaixo dos 134 de 2017 (com 74 envolvendo menores, 55,2% do total), 13 a menos em 2018.
Furtos e roubos
Os furtos de veículos recuaram 2,6% – baixaram de 1.740 para 1.695, com 37 a menos em 2019. A média diária nos dois períodos ficou perto de cinco (4,8 e 4,7 respectivamente). A taxa por 100 mil automóveis fechou o ano passado em 313,83. A menor da série foi constatada em 2017, de 289,01, e maior em 2011, de 693,23.
Os roubos de veículos caíram 23,1%, de 740 ocorrências para 569, ou 171 a menos em 2019. A média diária caiu de dois casos para 1,8. A taxa por 100 mil carros, motos, caminhões e afins ficou em 104,68 – a mais baixa é de 2008, de 68,58, e a mais alta de 2014, de 313,97.
A taxa de furtos e roubos de veículos por 100 mil automóveis foi de 416,51 no ano passado, a menor em duas décadas – a segunda é de 2017, de 430,79, e maior de 2013, de 911,44. Por 100 mil habitantes, fechou 2019 em 330,49, atrás do índice de 2001, de 238,10. A mais alta ocorreu em 3013, de 682,22
A má notícia é que o índice de recuperação de veículos pelas polícias Civil e Militar também caiu 29,8% – ficou em 1.244 de janeiro a dezembro de 2018 (mais de três por dia) e agora baixou para 873 (média diária pouco acima de dois – 2,4), com 371 a menos.
Houve queda nos casos de furtos. Baixou de 10.201 em 2018 (média diária de 28) para 8.823 (ou 24 por dia), com 1.378 ocorrências a menos e recuo de 13,5%. A taxa por 100 mil habitantes foi de 1.287,94, a menor em 20 anos, seguida pela de 2017, de 1.367,38 – a mais alta ocorreu em 2005, de 2.304,88
Os casos de roubo – quando a vítima sofre ameaça (entram na estatística os de carga e a bancos) – recuaram 8,1%. Caíram de 3.240 em 2018 (média diária de nove) para 2.977 no ano passado (mais de oito por dia). A taxa por 100 mil moradores, de 434,57, também é a menor em 20 anos, seguida da de 2018, de 479,48. A mais alta é de 2000, de 703,82.