Ribeirão Preto registrou apenas mais quatro casos de coronavírus em 24 horas e o número de pessoas com covid-19 subiu de 270 para 274 nesta quarta-feira, 29 de abril. O município ainda aguarda o resultado de 359 exames que estão represados nos laboratórios. A expectativa é de que o diagnóstico destes testes seja anunciado nos próximos dias, já que o Instituto Adolfo Lutz zerou a fila da testagem na semana passada, segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
Já foram descartadas 823 suspeitas. Dentre os 17 mil exames pendentes no Instituto Adolfo Lutz estavam os de Ribeirão Preto. A cidade também já tem sete mortes por causa covid-19 e a taxa de letalidade, considerando o número de óbitos em relação ao total de infecções, caiu de 2,6% para 2,5%, bem abaixo dos índices mundial (7,1%), nacional (7%) e estadual (8,6%).
As vítimas fatais são cinco homens (71,4%), de 36 anos, 73, 76 e 87 anos, e duas mulheres (28,6%), de 70 e 89 anos de idades. Seis tinham alguma comorbidade como doença cardiovascular, crônica, diabetes, pneumopatia, doença neurológica crônica, imunodeficiência e doença renal crônica. Apenas o homem de 76 anos não tinha doença autoimune
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a cidade já recebeu 1.456 notificações de supostas ocorrências da covid-19. São quatro de em fevereiro, 551 de março e 901 de abril. Dentre os 274 casos confirmados estão 114 do mês passado e 160 do atual – cinco por dia. Os dados foram divulgados no Boletim Epidemiológico, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde.
A incidência de mortes da covid-19 em Ribeirão Preto é de uma por 100 mil habitantes. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde na sexta-feira, a cidade tem 17,6% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados com pacientes de covid-19.
O Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi-SP) para acompanhamento dos índices de distanciamento social e de isolamento durante a quarentena do novo coronavírus, indica que o percentual de pessoas que decidiram ficar em casa em Ribeirão Preto despencou na terça-feira (28), quando o decreto que permitiu a retomada de algumas atividades ainda estava valendo.
Ficou em 40% – era de 41% na segunda-feira (27), mesmo índice de sexta-feira (24). Em todo o estado ficou em 48% anteontem. O ideal é 70% e o aceitável, de 50%. O monitoramento acompanha 104 municípios com mais de 70 mil habitantes. O Simi-SP faz o levantamento dos índices em outras cidades da região: Barretos (45%), Bebedouro (55%), Franca (44%), Jaboticabal (47%) e Sertãozinho (47%). O governador João Doria (PSDB) disse ontem que, com esse índice, não vai permitir o retorno das atividades não essenciais em 11 de maio.
Em pouco menos de um mês, o grupo “Máscaras do Bem de Ribeirão Preto”, constituído pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19, já produziu mais de 2,5 mil máscaras de uso doméstico, que foram distribuídas às comunidades carentes. Os itens são distribuídos para pessoas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), estimativa previamente definida pelas unidades e serviços de saúde do município.
Inclui pacientes, familiares e cuidadores, Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), Equipes da Atenção Primária à Saúde, Residências Terapêuticas, Centros de Referência de Especialidades, Ambulatórios de Geriatria e Pneumologia do Núcleo de Gestão Assistências (NGA), entre outros grupos em risco de contaminação pela covid-19.
A meta, segundo a coordenadora Emília Chayamiti, é aumentar a capacidade de produção pelo grupo de voluntários e destinar máscaras de uso doméstico para o maior número possível de pessoas. O transporte dos insumos é solidário, realizado de carro e bicicleta, que viabiliza a chegada dos kits às costureiras. O trabalho começou no começo de abril e tem como meta a produção de 7,5 mil máscaras. Para isso, conta com ampla divulgação nas redes sociais para a identificação de voluntários e captação de recursos.