Tribuna Ribeirão
Economia

Custo de vida IPCA-15 constata deflação em abril

Agência Brasil

O Índice de Preços ao Con­sumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, regis­trou queda de preços (deflação) de 0,01% em abril deste ano. Essa é a menor taxa para do indexador para o mês desde o início do Plano Real, em 1º de julho de 1994. Em março deste ano, havia registrado inflação de 0,02%. Já em abril de 2019, a taxa havia ficado em 0,72%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 28 de abril, pelo Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA-15 acumula taxas de inflação de 0,94% no ano e de 2,92% em doze meses – fechou 2019 em 4,31%, acima do centro da meta do Banco Central, de 4,25%. Neste mês, enquanto os transportes pu­xaram a queda da taxa, com uma deflação de 1,47%, os alimentos evitaram uma re­tração maior, já que registra­ram inflação de 2,46%. Ou­tros cinco grupos de despesas tiveram deflação, assim como os transportes.

Os preços caíram em artigos de residência (-3,19%), saúde e cuidados pessoais (-0,32%), despesas pessoais (-0,28%), educação (-0,01%) e comunica­ção (-0,30%). Também tiveram alta os grupos de despesa com habitação (0,12%) e vestuário (0,01%). Em meio à pandemia do novo coronavírus, as famílias voltaram a gastar mais com ali­mentação e bebidas.

O grupo alimentação e be­bidas passou de um avanço de 0,35% em março para um salto de 2,46% em abril, uma contri­buição de 0,48 ponto percentual no IPCA-15 deste mês. O cus­to da alimentação no domicí­lio saiu de queda de 0,49% em março para aumento de 3,14%. As famílias pagaram mais este mês pela cebola (35,79%), to­mate (17,01%), batata-inglesa (21,24%), cenoura (31,67%) e frutas (alta de 8,84% em abril e impacto de 0,07 ponto no IPCA- 15 do mês).

Por outro lado, os preços das carnes recuaram 0,27%, o terceiro mês consecutivo de quedas, embora menos inten­sas que as de fevereiro (-5,04%) e março (-1,81%). A alimenta­ção fora do domicílio saiu de uma alta de 0,03% em março para elevação de 0,94% em abril, influenciada pelo encare­cimento do lanche (3,23%). O item refeição subiu 0,05%.

Transportes
O gasto das famílias com transportes recuou 1,47% em abril, após uma queda de 0,80% em março. O grupo deu a maior contribuição ne­gativa para a taxa de -0,01% do IPCA-15, o equivalente a -0,30 ponto percentual.

O destaque foi o recuo de 5,76% nos preços dos com­bustíveis. A gasolina enco­lheu 5,41%, o item de maior impacto negativo na inflação do mês, -0,27 ponto, devido a quedas de preços em todas as áreas pesquisadas. O eta­nol ficou 9,08% mais barato, enquanto o óleo diesel teve redução de 4,65%.

As famílias também gas­taram menos em abril com o seguro voluntário de veículo (-2,74%), transporte por aplica­tivo (-3,11%) e aluguel de veícu­lo (-7,68%). Na direção oposta, as passagens aéreas subiram 14,83%, após três meses conse­cutivos de reduções de preços. O ônibus urbano subiu 0,36%.

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