Por Gabriela Marçal
“Minha atividade na advocacia me permitiu entender que às vezes os advogados falavam sempre para as pessoas da nossa bolha e a gente precisava romper isso”. Com essa motivação Gabriela Prioli começou a expor suas análises no Instagram, rede social na qual alcançou relevância até ser contratada pela CNN Brasil. Agora, ela quer conquistar espaço no YouTube. Para ajudá-la nesse novo projeto, a advogada fechou uma parceria com a Play 9 – empresa que tem como sócio Felipe Neto e está por trás dos canais de Giovanna Ewbank, Otaviano Costa e Marta. A profissionalização e as novidades começam a ser implementadas nesta terça-feira, 27.
Os assuntos que estão no centro do debate político vão continuar sendo o foco de Prioli nos três vídeos por semana, inicialmente. No entanto, abordagens diferentes vão ser exploradas. “Estamos pensando em quadros com participação de convidados; dicas de leitura, série e filme para a formação de repertório; reação a comentários ou tuítes para a gente poder interagir”, conta a novata do YouTube.
“Nunca tinha parado para me imaginar como youtuber, porque nunca parei para me imaginar como algo específico. A minha ideia sempre foi atingir o maior número de pessoas possível comunicando o que eu acho que deve ser dito e da forma que eu acho que deve ser travada a comunicação”, afirma.
Gabriela Prioli pode não ter se visto nesse papel. Porém, João Pedro Paes Leme, sócio da Play 9, ao vê-la na televisão identificou rapidamente um talento para a rede social especializada em vídeos. E em meio a uma crise, se abriu uma oportunidade. “Foi muito também por aquele episódio de ela quase sair da CNN. Percebemos ali que o canal dela tinha sido aberto já, mas era pequeno, feito de uma maneira muito amadora, mas tinha um potencial enorme”, conta o executivo.
O canal não vai simplesmente repetir a fórmula de Prioli na TV. “A Gabriela é uma ótima advogada e uma ótima oradora, comunicadora. No tribunal, o negócio dela era fazer sustentação oral por 15 minutos. Beleza, mas isso funciona para o Youtube? Funciona, mas não funciona. Funciona pela eloquência. Mas não funciona se ela mantiver a mesma lógica do raciocínio de um advogado. No Youtube, ela tem que convencer o júri no fim. Vamos criar pontos de virada no roteiro para criar mais magnetismo com o público”, explica o sócio da Play 9.
Segundo João, inicialmente, serão divulgados três vídeos por semana, nos quais a advogada estará mais descontraída do que é na CNN. “Quando estou no meu canal estou gravando no sofá da minha casa e ali estou plenamente à vontade. Então, a tendência é que eu tenha uma comunicação muito mais informal. Embora eu ainda esteja falando sobre assuntos sérios, e encaro isso com seriedade, mas a gente pode comunicar as coisas em um clima mais ameno”, diz Gabriela.
Meta de 1 milhão de seguidores
Quando o assunto é uma rede social fica difícil fugir dos números que são ostentados por tantos influenciadores. João Pedro garante que as metas são trabalhadas apenas internamente, mas não foge da pergunta. “Me desafio muito a olhar acima do que deveria. Coloco a barra lá no alto. Eu gostaria muito que daqui a seis ou oito meses a gente chegasse a um milhão de seguidores com o canal da Gabriela. Acho que é absolutamente possível.”
Prioli, por outro lado, afirma não ter expectativas nesse sentido. “Em todas as plataformas o que eu quero é comunicar aquilo que eu acredito, da maneira que eu acredito. O meu objetivo primeiro sempre vai ser esse. Todas as outras questões são secundárias.”