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Estudantes de RP resgatam costume de cartas para entreter idosos durante a pandemia

O Centro Paula Souza (CPS), em parceria com a as­sociação SAE Brasil e as mul­tinacionais Amazon Web Ser­vices (AWS), Shawee e Mural, divulgou os 12 projetos ven­cedores do HackaTrouble. A competição virtual de pro­gramação reuniu no último fim de semana cerca de 400 participantes, divididos em 100 equipes. A iniciativa teve como objetivo propor e de­senvolver soluções tecnoló­gicas para enfrentar desafios impostos pelo novo corona­vírus nas áreas de saúde, mo­bilidade, negócios e social.

Os autores das melhores ideias serão convidados a de­senvolver seus projetos e en­tregá-los à sociedade em até quatro semanas. Três deles são estudantes de Ribeirão Preto: os amigos Ana Vitória Einchenberger Teixeira, de 19 anos, e Guilherme Moisés de Oliveira Brito, de 27, que cursam Análise e Desenvol­vimento de Sistemas na Fa­tec, e Jonas Bonfá Pelegrina, de 18 anos, que faz cursinho para vestibular de Engenha­ria de Computação.

Juntos, eles criaram o pro­jeto social Letters2Tomorrow, que visa resgatar o costume de enviar e receber cartas para entreter os idosos durante o isolamento, por meio de uma plataforma virtual simples e intuitiva que contará com um banco de histórias. “Escrever é uma forma de manter a mente ocupada, ativa e, no isolamen­to social, muitas pessoas ficam ociosas. A nossa ideia é reto­mar o hábito de escrever cartas para amigos e parentes ou até mesmo para um desconheci­do, sem a necessidade de ir até os Correios, evitando assim, contato com outras pessoas”, diz Ana Vitória.

O projeto, que ainda será desenvolvido como um site ou aplicativo, é simples e objeti­vo, para cumprir a sua missão com facilidade aos usuários. Ele também pode ser viável após a pandemia do novo co­ronavírus, em outros cenários recorrentes no cotidiano de inúmeros idosos.

“Muitos deles moram sozi­nhos ou em asilos, e a platafor­ma vai ajudar esses idosos a se comunicar com os familiares, a se expressarem e ainda estimu­lar a emoção porque teremos um banco de histórias para quem quiser contar ou ler”, explica a estudante, que mora com os avós.

Jonas conta que sempre gostou de escrever cartas, tanto que participa de um site que possibilita a troca de car­tas com pessoas do mundo inteiro. “Já recebi cartões da China, Itália, França, Rússia. Tenho visto que aumentaram as iniciativas de algumas ca­sas de idosos para enviar e receber essas cartas. Além disso, sempre mando cartas para meus familiares. Por isso pensamos na possibilidade de deixar essa troca mais fá­cil, sem perder o carinho que uma carta transmite”, diz.

E como seria esse “carinho virtual”? “No dia a dia apenas escrevemos e trocamos men­sagens o tempo todo. Ao parar para escrever uma carta, você pensa em como escrever, o que a pessoa vai sentir quan­do receber e ler as suas pala­vras, independente se a carta é física ou virtual, não importa as cores da caneta ou o papel que vai utilizar, esse momento pode ser adaptado para o digi­tal também”, afirma Jonas.

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