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Brasil registra 407 mortes em um dia

© Reuters / Flavio Lo Scalzo / Direitos Reservados

O Brasil registrou nesta quinta-feira, 23 de abril, um novo recorde de mortes por covid-19. Os números con­solidados pelo Ministério da Saúde apontam que 407 pessoas morreram da doença nas últimas 24 horas, desde quarta-feira (22), quase 17 a cada 60 minutos. O maior número de óbitos registrados em todo o País em um único dia era de 217.

O número de casos de con­taminações em 24 horas tam­bém atingiu o seu pico, che­gando a 3.735 confirmações de covid-19. O maior volume registrado em apenas um dia até agora tinha sido de 3.257 contaminações. Com os da­dos desta quinta-feira, o Brasil soma 3.313 mortos e 49.492 casos oficialmente confirma­dos da doença.

As novas mortes marca­ram um aumento de 14% em relação à quarta-feira, a on­tem quando foram registrados 2.906 falecimentos. O percen­tual de acréscimo foi mais do que o dobro do divulgado an­teontem em relação a terça-fei­ra (21), de 6%. Já a quantidade de pessoas infectadas teve uma elevação de 8,2% em relação à quarta-feira, quando foram contabilizados 45.757 pacien­tes nessa condição. A taxa de letalidade é de 6,7%.

São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior núme­ro de falecimentos (1.345). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (530), Pernambuco (312), Ceará (266) e Amazonas (234). A curva no crescimento de óbitos e de novos pacientes acompanha uma tendência já verificada pelo Ministério da Saúde, que aponta os meses de maio e junho como o pico da doença em boa parte dos Esta­dos do País.

Apenas em São Paulo, fo­ram 211 mortes em 24 horas. É importante ressaltar ainda que esses números não incluem as subnotificações, ou seja, pesso­as que morreram nos últimos dias com os mesmos sintomas causados pelo novo corona­vírus, mas que não tiveram a causa da morte investigada ou concluída até o momento. Há uma tendência de que novos recordes ocorram nos próxi­mos dias, dado o aumento do número de testes de contami­nação realizados pelos órgãos de saúde, além do próprio avanço da doença, que tem se alastrado rapidamente.

O número de mortes pro­vocadas pela covid-19 no Brasil tem dobrado a cada cinco dias. Nos Estados Uni­dos, essa duplicação ocorre a cada seis dias, e na Itália e na Espanha, a cada oito. O dado consta da última nota técnica do Monitora Covid-19, um sistema da Fundação Oswal­do Cruz (Fiocruz) que agru­pa dados sobre a pandemia do novo coronavírus, e revela a velocidade com que a epi­demia se dissemina no Brasil.

Os dados de óbitos são mais confiáveis do que os da­dos de casos para medir o avanço da epidemia, justifica a fundação. Isso acontece por­que, no caso de morte, mesmo o diagnóstico que não foi feito durante a evolução clínica do paciente pode ser investigado. Além disso, a situação clínica é mais evidente, quando compa­rada aos casos que podem ser assintomáticos e leves. A nota técnica também alerta para a interiorização da epidemia, que está chegando de forma acelerada aos municípios de menor porte do país.

Dentre os municípios com mais de 500 mil habitantes, todos já apresentam casos da doença. Naqueles com popu­lação entre 50 mil e 100 mil habitantes, 59,6% têm casos. Já 25,8% dos municípios com população entre 20 mil e 50 mil, 11,1% daqueles com po­pulação entre 10 mil e 20 mil habitantes e 4,1% dos muni­cípios com população até dez mil habitantes apresentam doentes de covid-19.

Para a Fiocruz, a decisão de suspender o isolamento social em municípios que não têm nenhum caso da doença registrado é extremamente temerária, sobretudo em um momento de aumento da ve­locidade da disseminação da doença. Mesmo que não haja registro oficial, a doença já pode estar circulando.

Testes
O primeiro lote com 500 mil testes para diagnóstico de covid-19, comprados pelo Mi­nistério da Saúde via Organi­zação Pan-Americana da Saú­de (Opas), chegou ao Brasil. A distribuição aos estados come­ça ainda nesta semana.

Foram adquiridos dez mi­lhões de testes RT-PCR (bio­logia molecular), que identi­ficam o coronavírus logo no início, ou seja, no período em que ainda está agindo no organismo. O restante dos testes, produzidos pelo labo­ratório Seegene, da Coreia do Sul, chegará de forma escalo­nada, sendo cerca de 500 mil por semana.

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