A juíza Carolina Moreira Gama, da 2ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, condenou quatro pessoas pelo sequestro de um empresário que atua no ramo veículos na metrópole, em junho do ano passado, quando a vítima tinha 74 anos. O idoso passou seis dias em um cativeiro, em Jardinópolis.
Wanderson Gleister Almeida Gonçalves e Francisco Sousa Araújo Filho foram condenados a 17 anos de reclusão por extorsão mediante sequestro. Alexandre Jesus Santos recebeu a pena de 16 anos e Jonathan Francisco de Carvalho foi sentenciado a 19 anos de prisão. Presos em flagrante, os quatro deverão cumprir as penas em regime fechado.
Em 19 de junho, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto e agentes da Divisão Antissequestro do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) libertaram o empresário após seis dias de sequestro. A quadrilha pedia R$ 600 mil de resgate, segundo informações da delegada Silvia Mendonça.
A juíza absolveu Luiz Carlos Cordeiro por falta de provas, mas o advogado dele, Sérgio Augusto Lélis Filho, diz que vai recorrer por acreditar que seu cliente é inocente. Também vai pedir indenização ao Estado pelo tempo em que o homem passou na prisão, entre julho e março deste ano. A investigação havia concluído que o suspeito, na época com 64 anos, passou informações sobre a rotina da vítima aos sequestradores.
O advogado Lélis Filho já havia dito no dia da prisão de Cordeiro que provaria a inocência de seu cliente. Já a vítima foi libertada pela Polícia Civil depois que a família se recusou a negociar o resgate. O Ministério Público Estadual (MPE) havia denunciado os cinco por organização criminosa e extorsão mediante sequestro.
Os quatro acusados foram presos depois que os agentes policiais invadiram o cativeiro. O empresário foi libertado e socorrido – é diabético e faz uso de medicamentos controlados. Segundo os sequestradores, a família começou a ganhar tempo, ofereceu R$ 50 mil e o bando não aceitou. A vítima é dona de uma revendedora de veículos em Ribeirão Preto.
A quadrilha pagava R$ 230 de diária pelo aluguel do cativeiro. Os suspeitos foram descobertos pela Polícia Civil, a partir de uma foto postada em uma rede social na internet: um dos investigados estava com o mesmo moletom usado quando esteve no comércio da vítima, semanas antes do sequestro.
Câmeras de segurança da revendedora de carros gravaram três dos quatro homens no local, dizendo-se interessados em comprar um veículo. Um deles, ainda de acordo com a polícia, até preencheu um cadastro, informando números de Cadastro de Pessoa Física (CPF), Registro Geral (RG, a cédula de indetidade) e celular verdadeiros.
Na época, Araújo Filho tinha 35 anos, Jonathan Francisco de Carvalho, 31 anos, Alexandre Jesus Santos, 20, e Wanderson Almeida Gonçalves, 30. Na delegacia, este último contou que foi procurado pelo chefe da quadrilha. O grupo foi autuado por extorsão mediante sequestro e promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa.
Ainda na delegacia, Santos também contou que aceitou participar do sequestro porque precisava do dinheiro. No local utilizado como cativeiro foram apreendidos um carro, uma arma falsa, um cartão bancário, três máquinas de cartão, um par de algemas, seis celulares e R$ 3.388 em dinheiro.