O Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi-SP) para acompanhamento dos índices de distanciamento social e de isolamento durante a quarentena do novo coronavírus, que começou a operar na semana passada, indica que o percentual de pessoas que decidiram ficar em casa em Ribeirão Preto continua baixo. No domingo, 19 de abril, fechou em 55%, mas na sexta-feira (17) chegou a 41% e no sábado (18) não passou de 48%.
Apesar dos decretos de calamidade pública que preveem a quarentena, muita gente perambulou pelas ruas da cidade no domingo. As pessoas procuraram praças e outras áreas mais abertas, já que os parques estão fechados. Grande parte estava sem máscara. A partir desta quarta-feira (22), a prefeitura vai começar a multar quem não usar o equipamento de proteção individual (EPI). A autuação de duas Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps, cada uma vale R$ 27,61 neste ano), no valor de R$ 55,22, mas pode aumentar se houver reincidência
Na quinta-feira, 16 de abril, a adesão à quarentena determinada pelo prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e pelo governador João Doria (PSDB) ficou em 42%, um ponto percentual abaixo dos 43% registrados entre segunda (13) e quarta (15), quando a cidade estava entre as quatro com piores taxas de isolamento do estado, entre os 104 municípios paulistas, com mais de 70 mil habitantes, monitorados pelo sistema.
Durante a semana, a maioria das pessoas sai de casa para trabalhar, fazer compras emergenciais em supermercados ou para pagar contas e fazer saques em bancos e casas lotéricas. O ideal é atingir, de maneira consistente, a taxa de 70% da população isolada, percentual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo. No domingo, a média no estado foi de 59%.
Os números são medidos a partir da geolocalização de telefones móveis. Foi fechado um acordo com as operadoras de telefonia celular no País – Vivo, Claro, Oi e Tim – para “identificar os locais onde as pessoas estão e onde há concentração”. No domingo, nas outras cidades da região onde o Simi-SP faz o levantamento, os índices foram de são Barretos (59%), Bebedouro (71%), Jaboticabal (57%), Franca (61%) e Sertãozinho (67%). O monitoramento é feito por meio do rastreamento e georreferenciamento dos aparelhos celulares.
Pesquisa Datafolha mostra que 79% dos brasileiros defendem algum tipo de punição para pessoas que violem regras de quarentena devido ao novo coronavírus no País. Mas desses, apenas 3% acham que prisão seria uma sanção aceitável. Já multas têm apoio de 33% e advertências verbais, de 43%. O apoio às multas é mais prevalente entre jovens de 16 a 24 anos e assalariados com carteira registrada, 48%.
Já as advertências têm maior apoio entre os mais ricos (5 e 10 salários mínimos, 53%, e de dez salários para cima, 51%). Também é mais alta do que a média nacional, 51%, a parcela daqueles que concordam com esse tipo mais leve de punição na região Sul, reduto do bolsonarismo no país. A pesquisa foi feita pelo Datafolha na sexta-feira (17), e ouviu por telefone 1.606 pessoas. Sua margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou menos.