O vice-governador Rodrigo Garcia disse no final de semana que o Estado deverá iniciar em 15 de maio a testagem em massa da população para coronavírus. Ele revelou 1,3 milhão de testes já foram feitos e que mais 575 mil testes de um total de um milhão comprados da Coreia do Sul já chegaram a São Paulo.
No entanto, de acordo com Garcia, São Paulo optou primeiro por testar os pacientes internados na rede hospitalar pública, os profissionais da saúde e os agentes de segurança. Só depois que os testes passarão a ser feitos na população para que sejam identificadas as pessoas que já foram infectadas pelo vírus e que estão imunizadas.
“Sabendo quem está imunizado, a gente poderá ir liberando estas pessoas do isolamento”, disse o vice-governador. Ele explicou ainda que quando o governo fala em fazer testes em massa não quer dizer que toda a população será testada. Será uma testagem por amostragem, como fazem os institutos de pesquisas. Garcia afirmou que há oito mil testes feitos aguardando resultados.
Em Ribeirão Preto, o Hospital das Clínicas (de 50 a 60 por dia, mas a meta é ampliar para 200 quando os insumos forem entregues), o Hemocentro (até 300 testes por dia) e a unidade regional do Instituto Adolfo Lutz (500 por dia, mas a capacidade diária pode chegar a mil) estão aptos a realizar os testes.
O Supera Parque de Inovação e Tecnologia iniciou, na sexta-feira (17), a testagem do novo coronavírus na cidade, com amostras colhidas e encaminhas pela prefeitura de Ribeirão Preto. A iniciativa Supera Ação é sem fins lucrativos e pretende realizar cinco mil testes na primeira fase, chegando a 30 mil na fase final.
Caso os números se confirmem, Ribeirão Preto se tornará uma das cidades que mais realizarão testes de covid-19 em todo o mundo proporcional à sua população. Hoje, a Alemanha é o país que faz mais testagens, realizando cerca de 15.730 exames por milhão de habitantes. O Brasil, entretanto, ainda tem uma taxa pequena, com cerca de 296 testes por milhão de pessoas.
Se Ribeirão Preto confirmar os 30 mil testes, apresentará uma das maiores taxa de testagem proporcional do mundo, mais de 42 mil testes por milhão de pessoas. “Como estamos falando de 30 mil testes para uma população de 700 mil habitantes, vamos realizar um teste para cada 23 moradores”, explica Saulo Rodrigues, gerente da Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica.
A capacidade de realização de testes da doença na cidade é um fator relevante para a população local e também para o sistema de saúde, uma vez que a capacidade operacional é de 250 testes diários, com resultados entregues em até 72 horas – estão sendo feitos 120 por dia, atualmente. Rodrigues explica que isso deve contribuir para desafogar, por exemplo, o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para onde, até então, as amostras são enviadas. Lá, a fila de espera para a realização dos testes ultrapassa as 15 mil amostras.
No projeto Supera Ação, são mais de 18 startups participantes, mais de 110 voluntários entre especialistas, mestres e doutores formados em áreas como biologia, biomedicina, farmácia, entre outros. Muito deles com importantes premiações e publicações em suas áreas de atuação.
Para a realização dos 30 mil testes, o Supera Parque lançou uma campanha para arrecadar doações que financiarão a compra dos reagentes e equipamentos de proteção. Qualquer pessoa pode contribuir, doando o valor que tiver disponível. Para isso, é possível fazer a doação diretamente pelo banco, na conta do Fundação Instituto Polo Avançado da Saúde (Fipase), gestora do Supera Parque, ou pela plataforma Catarse. A meta é arrecadar R$ 3 milhões para as duas fases do projeto.