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Acirp, Sincovarp e CDL criticam a prorrogação do Decreto Municipal

Calçadão vazio nesta sexta-feira (17) e comércio fechado: entidades criticaram a extensão da quarentena em Ribeirão Preto - Foto: JF Pimenta

Entidades criticam “falta de sensibilidade” do Governo

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) emitiu nota em que repudia o que chama de “falta de sensibilidade e de organização do Estado brasileiro no que tange ao combate à pandemia de covid-19 e seus reflexos”.  Diz que, diante do que pode vir a ser a maior crise global do século, “a única medida dos poderes constituídos tem sido a interrupção das atividades do setor produtivo e o isolamento horizontal da população indistintamente.

“Iniciativas amplamente defendidas e consideradas fundamentais neste momento sejam elas de cunho econômico, social ou de saúde pública – como a testagem da população, renda emergencial e oferta de linhas de crédito especiais – simplesmente não acontecem na prática”, ressalta. E lamenta a decisão da prefeitura de Ribeirão Preto e do governo de São Paulo de prorrogar de forma radical os decretos de calamidade pública.

“Já alertamos o poder público que a dificuldade da população menos favorecida em conseguir acesso à renda emergencial é a mesma que as empresas têm tido para obter financiamentos para fluxo de caixa e pagamentos de salários. Iniciativas de prorrogação de impostos apenas adiam em dois ou três meses o pagamento devido, sendo que os estudos mais otimistas apontam que os impactos desta crise para as empresas se prolongarão por pelo menos 18 meses”, diz a Acirp.

A entidade entende que não há conflito entre a defesa da vida e a defesa da economia, uma vez que ambas as linhas estão amplamente ligadas uma a outra. “É com os recursos do setor produtivo, na forma de produtos, salários e impostos, que o Estado terá condições de cuidar de pessoas”, emenda.

Já o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sin covarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-RP) “manifestam profunda decepção com as decisões do prefeito Duarte Nogueira e do governador João Doria em prorrogar o fechamento do comércio varejista por meio de novos decretos municipal e estadual”.

As entidades dizem que a decepção é grande porque, nesta, lado de outros representantes da classe empresarial e de trabalhadores, participaram de videoconferência com o prefeito e o secretário municipal de Saúde, Sandro Scarpelini, ocasião em que os dois sinalizaram haver espaço para uma flexibilização, ainda que gradual, do funcionamento do comércio varejista e demais atividades empresariais. “Criaram expectativa de preparação para uma retomada”.

“Se o cenário era favorável à flexibilização, posicionamento este manifestado pelo próprio prefeito e pelo secretári então porque não reabrir o comércio com regras sanitárias rigorosas? Será que a prefeitura, obrigatoriamente, tem de seguir a determinação do governo do Estado?”, questionam. Também pedem que o prefeito reconsidere sua decisão.

“Entendemos que é importantíssimo proteger vidas humanas, no entanto, não pode ser levado em consideração apenas esse lado para a tomada de decisões que impactam profundamente as vidas de centenas de milhares de trabalhadores, muitos pais ou mães de família, que precisam trabalhar e batalhar seu sustento. Entendemos que o lado socioeconômico precisa ser considerado com sua devida importância, uma vez que envolve empregos, renda e arrecadação de impostos para o município e para o Estado”, finalizam.

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