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Shirley MacLaine e um clássico de Wilder

Por Luiz Carlos Merten

Existem duas grandes fases na carreira de Billy Wilder – a dos filmes noir e a das comédias. Na primeira, ele recebeu os Oscars de melhor filme, direção e roteiro (com Charles Brackett) por Farrapo Humano, de 1945. Na segunda, repetiu todos esses prêmios – o de roteiro, em parceria com I.A.L. Diamond – por Se Meu Apartamento Falasse, de 1960.

É um filme que poderia ter envelhecido. Jack Lemmon sobe na firma emprestando o apartamento para as escapadas sexuais do chefe (Fred MacMurray). Há 60 anos, antes da popularização dos motéis como pontos de encontro, fazia mais sentido, mas você nem vai ligar para isso. Lemmon está apaixonado pela garota do elevador (Shirley MacLaine). Não sabe, mas ela é a amante que, rejeitada, tentará o suicídio no apartamento dele.

Claro que ele a salva e… Ops, nada de spoiler. É um filme envolvente e muito crítico em relação à hipocrisia social da “América”. Prepare-se para se impressionar com a direção de arte de Alexandre Trauner. O escritório é gigantesco. Toda aquela gente trabalhando, cada um feito gado, na sua baia. Só Shirley no sobe e desce do elevador. Impossível não pensar em Tempos Modernos, o clássico de Charles Chaplin, de 1936.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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