Levantamento feito pelo Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/ FGV) mostra que os produtos tradicionalmente usados na comemoração da Páscoa estão 0,99% mais baratos do que no ano passado, abaixo da inflação acumulada entre abril de 2019 e março deste ano medida pelo IPC/FGV, que ficou em 3,44%. No levantamento, bombons e chocolates registraram alta de 0,54% e o vinho, de 1,30%. Já os ovos de galinha subiram 17,38% e a sardinha em conserva teve alta de 6,65%.
A batata inglesa lidera a lista, com queda de 28,9% no preço, seguida do azeite (-5,09%) e a azeitona em conserva (-2,14%). Em 2019, a cesta havia subido 29,67% e o destaque havia sido a batata inglesa, com alta de 104,91%. O levantamento levou em conta o preço até março e que às vésperas da Páscoa pode haver algum ajuste, como ocorre tradicionalmente com os pescados frescos, que pelo levantamento tiveram alta de apenas 0,76%.
Uma pesquisa realizada pela Boa Vista mostra que a tendência para esta Páscoa é de que os brasileiros comemorem a data, porém respeitando medidas de isolamento social, recomendadas para evitar o avanço da pandemia de coronavírus no País. Segundo o instituto, 83% das cerca de 300 pessoas entrevistadas responderam que vão comemorar a Páscoa em meio à quarentena.
Dessas, 48% vão comemorar apenas com pessoas que moram na mesma residência, enquanto 35% o farão com familiares à distância, por meio de telefone ou chamada de vídeo. Outros 17% responderam que cancelaram viagens programadas e irão ficar em casa. A pesquisa foi realizada pela Boa Vista como complemento ao levantamento anual que mede os hábitos de consumo durante o período de Páscoa. Segundo o instituto, o grau de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Em Ribeirão Preto, porém, o movimento foi intenso no Mercado Municipal – o popular “Mercadão Central” – e nas lojas que chocolates e ovos de Páscoa nesta quinta-feira, 9 de abril, véspera da Sexta-Feira da Paixão. No calçadão, uma rede passou a vender os produtos com desconto de até 50% e muita gente formou fila para comprar um presente de Páscoa para garotada. Nem mesmo a distância mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – entre um e dois metros – foi respeitada. Parte dos consumidores usava máscara.
Na pesquisa anual, realizada antes da pandemia chegar ao Brasil, a Boa Vista havia constatado que, para 67% dos cerca de 1.000 entrevistados, a Páscoa gera gastos extras, principalmente com despesas de supermercado (46%), compra de chocolates (38%), e gastos com lazer e viagens (16%). O instituto também levantou que 48% das pessoas manteriam, para esta Páscoa, o padrão de gastos do ano anterior, enquanto 27% gastariam mais e 25% gastariam menos que em 2019.