Em sua live diária, no final da tarde desta quinta-feira, 9 de abril, o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) revelou que vai analisar, durante o feriado da Páscoa, a possibilidade de flexibilizar o decreto de calamidade pública, em vigor desde 23 de março, que impõe quarentena em Ribeirão Preto e permite o funcionamento apenas dos serviços essenciais à população.
O prefeito cita a nova recomendação do Ministério da Saúde, que propõe o isolamento social vertical, ou seja, apenas para os grupos de risco – idosos acima de 60 anos, pessoas com morbidades – conjunto de causas capazes de produzir uma doença –, gestantes e puérperas, ou seja, mulheres que deram à luz recentemente.
Além disso, o ministério diz que o isolamento horizontal – que vale para toda a população – só é obrigatório em cidades que estão com mais 50% dos leitos ocupados, e este não é o caso de Ribeirão Preto. Atualmente, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMRP/USP) tem 70 leitos reservados para casos de covid-19. Outros 30 deverão ser instalados em um hospital público da cidade.
“Vamos analisar com calma e responsabilidade e com base na ciência e na recomendação das autoridades de saúde o que pode ser feito, de forma escalonada, pensando na segurança sanitária das pessoas, para que, quem sabe, mais para a frente, atingir a normalidade na nossa cidade”, disse o prefeito.
“Mas, essas decisões serão tomadas e anunciadas dentro dos critérios da ciência, da responsabilidade das autoridades sanitárias a bem do interesse público”, emendou. Também durante a live, Nogueira anunciou que empresas dos ramos de ótica e também de poda e jardinagem são consideradas essenciais para o setor de saúde.
Desta forma, esses estabelecimentos estão liberados para funcionar no período de quarentena. No caso das óticas, Nogueira entende que são essenciais os serviços que atendem receituários médicos bem como a confecção de óculos para os pacientes. No caso da poda e jardinagem, o prefeito diz que o serviço é essencial para a higienização e limpeza de terrenos e espaços abertos, contribuindo para a prevenção em saúde de diversas doenças.
O questionamento foi levado diretamente ao prefeito, ao longo desta semana, pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-RP), em reforço às diversas dúvidas manifestadas junto à Central de Atendimento ao Lojista, criada e mantida pelas duas instituições representativas do comércio varejista.
“Defendemosa reabertura do comércio varejista, ainda que de forma gradativa, o mais rápido possível. No entanto, esse entendimento anunciado hoje pelo prefeito, em relação às óticas e empresas de poda e jardinagem, já representa um pequeno avanço. Vamos continuar reivindicando a retomada das atividades econômicas, sempre defendendo os nossos lojistas”, afirma Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sincovarp e da CDL-RP.
Atualmente, o decreto determina o fechamento do comércio central, nos bairros e nos quatro shopping centres da cidade, a não ser os serviços essenciais, de delivery (entrega em domicílio) e drive thru. A medida impõe o fechamento do comércio, exceto serviços essenciais de alimentação, abastecimento, saúde, bancos, limpeza e segurança. O fechamento do comércio atinge todas as lojas com atendimento presencial, inclusive bares, restaurantes, cafés e lanchonetes. Estabelecimentos que servem alimentos e bebidas em mesas ou balcões só podem atender pedidos por telefone ou serviços de entrega.
Só podem abrir estabelecimentos com atendimento presencial quem presta serviços considerados essenciais. No setor de alimentação, podem funcionar supermercados, hipermercados, açougues e padarias – que não poderão permitir o consumo no estabelecimento durante a quarentena. Em abastecimento, podem atuar normalmente transportadoras, armazéns, postos de gasolina, transporte público, táxis, aplicativos de transporte, entre outros.